Comparar renda de produtos ignora vital informações: fase, perfil, adequação, investidor, conversas, produtos vendidos, comissões, campanhas, rankings – termos de analise de investimento.
Para se tornar um investidor, é fundamental iniciar com uma autoavaliação. O indivíduo preenche o Suitability, documento que define seu perfil de investidor. Esse processo é essencial para garantir que as escolhas de investimento estejam alinhadas com os objetivos e a tolerância ao risco de cada investidor.
Além disso, os investidores que desejam obter sucesso no mercado financeiro precisam estar atentos às avaliações constantes de suas decisões. É importante considerar o feedback do mercado e ajustar as estratégias conforme necessário, buscando sempre maximizar os retornos. Dessa forma, é possível construir um portfólio sólido e diversificado, atendendo às necessidades de cada investidor ou financier.
Reflexão sobre a Importância da Fase Inicial para o Investidor
A percepção que tenho é que tanto o investidor como o assessor, o especialista e o gerente de relacionamento, muitas vezes subestimam a importância da fase inicial de um investimento. Em vez disso, focam excessivamente nos ativos que farão parte do portfólio. Isso é semelhante a alguém que vai a um restaurante e se preocupa mais com o prato a ser escolhido do que com suas preferências, seu estado de espírito e seu paladar.
As conversas entre profissionais e investidores frequentemente giram em torno da rentabilidade potencial dos produtos, dos riscos envolvidos, da tentativa de prever taxas de juros e das projeções macroeconômicas, retornando sempre à possibilidade de impacto nos ativos. Tudo isso é feito na tentativa de prever o futuro e chegar a uma recomendação sobre quais ativos adquirir.
O Suitability pode até ser bem elaborado, mas muitas vezes acaba sendo negligenciado, semelhante a um mapa esquecido no porta-luvas do carro. Para o investidor, é mais instigante pensar nos ganhos possíveis, nos riscos evitados e nas escolhas acertadas que superam as alternativas descartadas.
Quando as coisas dão errado, é comum atribuir os erros a fatores imprevisíveis, como decisões governamentais ou eventos geopolíticos. Os investidores precisam então reavaliar e ajustar suas estratégias. É um mundo imprevisível e desafiador para quem busca maximizar seus investimentos.
Para os profissionais do mercado financeiro, focar em previsões, cenários e produtos é essencial. Eles são treinados para entender as nuances dos produtos financeiros, suas características legais, fiscais e de risco-retorno. Além disso, são especialistas em diversificação e na construção de carteiras de investimento otimizadas.
A abordagem centrada em produtos também simplifica as estratégias de remuneração, como o pagamento de comissões com base na rentabilidade ou volume de vendas. Isso facilita a criação de incentivos para impulsionar as vendas, por meio de campanhas, rankings e bonificações.
No entanto, essa abordagem pode gerar conflitos de interesses, incentivando os clientes a realizar transações desnecessárias e girar suas carteiras frequentemente. Isso levanta preocupações regulatórias sobre a ética nas práticas de venda e a proteção dos interesses dos investidores.
Em última análise, tanto investidores quanto profissionais do mercado financeiro precisam encontrar um equilíbrio entre a busca por retornos e a gestão adequada dos riscos. A fase inicial de um investimento, muitas vezes negligenciada, desempenha um papel crucial no sucesso a longo prazo de um investidor. Afinal, a jornada do investimento começa antes mesmo da escolha dos ativos.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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