Nova disciplina: Medicina Culinária (Unicamp/Projeto MeNu) – Equipa mostra saudável alimentação. Limpeza, bancada, forno, Sala, rampas, três andares, receptação. Prof. Lício Velloso e Bruno (FCM) – Nutricionistas e professoras Ana Carolina Vasques e Caroline Capitani. FCA – Vigilância de CRNTS. Universidades. Calorosa, termica e café. Alunos de Gastronomia ou Nutrição. Lancet. Profissionais de Atenção Integral à Saúde do Adulto. Instituto Metrics e Avaliação em Saúde.
FERIA DE SANTANA – A equipe de limpeza higieniza utensílios e louça, e organiza panelas com verduras picadas na mesa. O aroma de pãezinhos recém-saídos do forno se espalha pelos corredores que dão acesso à cozinha, que, à primeira vista, lembra a de qualquer residência.
Na Medicina Culinária, a combinação entre ingredientes frescos e preparo cuidadoso tem um papel fundamental na promoção da saúde. A culinária pode ser mais do que apenas uma forma de alimentação, ela pode ser uma ferramenta poderosa na Medicina Nutricional para prevenir doenças. A Medicina Culinária celebra o ato de cozinhar alimentos saudáveis, transformando a cozinha em um espaço de cura e bem-estar.
Explorando a Medicina Culinária na Unicamp
Para chegar até ela, no entanto, foi preciso atravessar a sala de espera de um hospital-dia, e usar rampas para subir três andares. Aquela cozinha tão familiar é, na verdade, uma sala de aula. E quem utiliza a estrutura não são alunos de Gastronomia ou Nutrição, mas, sim, médicos em formação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
O encontro de Medicina Culinária é promovido pelo Projeto MeNu dentro da disciplina Atenção Integral à Saúde do Adulto, de responsabilidade dos professores e médicos Lício Velloso e Bruno Geloneze da Faculdade de Ciências Médicas (FCM). Mas as estrelas dessa aula em específico são as nutricionistas e professoras Ana Carolina Vasques e Caroline Capitani, da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA).
Os alunos chegam curiosos e ficam notadamente felizes com uma recepção calorosa: uma térmica de café e biscoitos que acabaram de sair do forno. Enquanto os estudantes se acomodam nas cadeiras, os professores explicam por que eles estão ali.
‘Temos um aumento absurdo e lamentável do que a gente chama de sindemia. Duas pandemias praticamente opostas. O Brasil tem a concomitância de índices crescentes e alarmantes de obesidade e ainda convive com um certo grau de desnutrição, mas, principalmente, insegurança alimentar’, aponta o endocrinologista Geloneze.
De acordo com a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), de 2021, a prevalência de excesso de peso (sobrepeso) na população brasileira é de 57,2% e a de obesidade, 22,4%. Enquanto isso, a insegurança alimentar, quando não há acesso permanente à alimentação adequada, é realidade para 27,6% (ou 21,6 milhões) dos lares do País.
A Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso) alerta para o risco elevado de doenças associadas a um quadro de obesidade, como diabetes, doenças cardiovasculares e alguns cânceres. A verdade é que, de maneira geral, as doenças crônicas não transmissíveis estão em ascensão não só no Brasil, mas no mundo.
Na Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA) da Unicamp, a interseção entre Medicina Nutricional e Medicina Culinária é explorada de forma inovadora. No Projeto MeNu, criado por nutricionistas e professoras Ana Carolina Vasques e Caroline Capitani, a importância da alimentação saudável como pilar da saúde é amplamente destacada. Os alunos são incentivados a entender a relação entre os alimentos que consomem e sua saúde a longo prazo.
A Medicina Culinária é muito mais do que apenas cozinhar refeições saudáveis. Ela envolve compreender a ciência por trás dos alimentos, os impactos nutricionais em nosso corpo e como podemos utilizar a culinária como uma ferramenta terapêutica. A cozinha se torna o laboratório onde os futuros médicos podem experimentar e aprender sobre a importância da dieta na prevenção e tratamento de doenças.
Durante as aulas, os alunos são desafiados a criar receitas equilibradas, considerando não apenas o sabor, mas também os benefícios à saúde. A turma se divide em equipes, cada uma responsável por preparar um prato que atenda aos critérios estabelecidos pelos professores.
É essa abordagem prática e dinâmica que torna a Medicina Culinária tão cativante para os estudantes. Eles não apenas absorvem conhecimento teórico, mas também colocam em prática suas habilidades na bancada da cozinha. E ao final de cada aula, todos se reúnem para apreciar as deliciosas criações e trocar experiências.
Através do Projeto MeNu, a Unicamp está na vanguarda da integração entre Medicina e Culinária, preparando uma nova geração de profissionais de saúde mais conscientes da importância da alimentação na promoção do bem-estar. E à medida que mais instituições adotam essa abordagem inovadora, podemos esperar uma mudança positiva na maneira como a Medicina aborda a nutrição e a saúde de seus pacientes.
Fonte: @ Estadão
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