Metade da população entrevistada pratica atividades físicas como estratégia de autocuidado contra degradações laborais, elevando estresse e encarando desafios adicionais. Domésticas responsabilidades também fazem diferença. Algumas vêm acompanhadas de apoio psicológico.
Apenas 14% dos advogados brasileiros buscam terapia e atendimento psicológico. Essa foi uma das constatações do estudo PerfilADV – 1º Estudo sobre o Perfil Demográfico da Advocacia Brasileira, pesquisa pioneira da OAB Nacional em parceria com a FGV. Segundo a pesquisa, mais da metade dos advogados recorrem a atividades físicas como forma de autocuidado.
O bem-estar dos advogados brasileiros é fundamental, e a importância do suporte emocional não pode ser subestimada. Além disso, é essencial que os profissionais da advocacia estejam atentos à saúde mental e busquem ajuda quando necessário. A relação entre autocuidado e desempenho profissional é evidente, e cuidar de si mesmo é parte essencial da jornada dos advogados.
Os Benefícios da Atividade Física e da Terapia para Advogados Brasileiros
Um levantamento abrangente envolvendo mais de 20.000 profissionais da advocacia inscritos no CNA – Cadastro Nacional dos Advogados revelou interessantes práticas de autocuidado dentro da categoria. Surpreendentemente, a maioria desses advogados recorre a atividades físicas como estratégia fundamental para preservar sua saúde e bem-estar. No entanto, a adesão à terapia ainda é pouco mencionada, com apenas uma parcela minoritária buscando esse recurso valioso.
Esses dados apontam para a importância de discutir e promover o equilíbrio entre a saúde mental e física no ambiente jurídico. Afinal, o trabalho é um direito social fundamental, conforme estabelecido na Constituição Federal, estando intrinsecamente ligado à qualidade de vida do trabalhador e à prevenção de possíveis degradações laborais.
Um aspecto crucial destacado pela especialista Fátima Antunes, autora do renomado livro ‘Estresse em Advogados’, é a natureza intrinsecamente estressante da profissão jurídica no Brasil. Desde o início de suas atividades, os advogados lidam com situações de alta pressão e complexidade, principalmente devido à carga emocional envolvida nos casos e à incerteza dos resultados.
A diferenciação entre advogadas e advogados também é notável nesse contexto. Enquanto as mulheres advogadas enfrentam desafios adicionais relacionados à malabarismo de responsabilidades profissionais e domésticas, os homens advogados muitas vezes demonstram resistência em buscar apoio terapêutico, refletindo questões culturais arraigadas.
A resistência masculina em relação à terapia pode ser atribuída a estereótipos de gênero e à falta de valorização da saúde mental, o que demonstra a necessidade de desconstruir esses preconceitos e promover uma cultura de cuidado e apoio mútuo dentro da comunidade jurídica.
É interessante observar como a habilidade argumentativa dos advogados, embora valiosa no exercício da profissão, pode se tornar um obstáculo à eficácia da terapia, levando-os a tentar resolver seus próprios conflitos internos durante as sessões. Isso ressalta a importância de abordar abertamente a necessidade de suporte psicológico e de buscar um equilíbrio saudável entre as responsabilidades profissionais e pessoais.
Em última análise, é fundamental sensibilizar a classe dos advogados sobre os benefícios da terapia como ferramenta de autocuidado e fortalecimento emocional. A busca por ajuda não é um sinal de fraqueza, mas sim de coragem e maturidade para enfrentar os desafios da profissão e da vida de forma equilibrada e saudável.
Fonte: © Migalhas
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