Cássio renunciou-se ao Corinthians, cansado de pagar pelas frustrações do time ruim.
A torcida organizada que auxiliou na saída de Cássio do Corinthians agora se volta para Carlos Miguel. Ao contrário do renomado goleiro – não em altura, mas em quilômetros de distância – da trajetória do clube, culpado por quase todos os problemas da equipe, o erro de Carlos Miguel foi aceitar uma oferta para atuar na Inglaterra.
Enquanto os guarda-redes do Corinthians são alvo de críticas, outros arqueiros ao redor do mundo buscam novos desafios. Carlos Miguel, agora nos gramados britânicos, enfrenta a pressão de provar seu valor longe dos arqueros brasileiros.
Os Goleiros na Milícia Digital do Futebol
Há quem defenda que a posição de titularidade implica na renúncia de um jogador de futebol à autonomia de decidir o que é mais benéfico para sua carreira, uma conclusão que tem suas raízes na vaidade do fanático-atua como ativista nas redes antissociais. Esse tipo de comportamento é frequentemente estimulado pela mídia esportiva, que busca gerar tráfego e valorizar excessivamente suas opiniões, muitas vezes desconectadas da realidade dos jogadores e treinadores.
A estratégia de lançar julgamentos polêmicos, como questionar a conduta de Cássio ao longo de seus 12 anos no Corinthians, para alimentar discussões acaloradas nas redes sociais, tem se mostrado eficaz para aqueles que não têm escrúpulos. Nesse cenário, a verdade e a justiça são deixadas de lado, e a sensação de servir a dirigentes incompetentes não parece incomodar.
É importante ressaltar que Cássio optou por deixar o Corinthians porque não aguentava mais arcar com as consequências das frustrações causadas por um time em má fase, e por não ter sido apoiado pelas pessoas responsáveis por protegê-lo. Sob a liderança de Augusto Melo, o title-holding de patrocínios, a gestão falhou em administrar adequadamente a queda de rendimento do goleiro, que já havia conquistado troféus importantes para o clube e tinha potencial para se recuperar.
Além disso, terceirizaram suas responsabilidades para a torcida virtual, uma prática cada vez mais comum nos bastidores do futebol, aguardando passivamente o desfecho negativo da situação. O caso de Carlos Miguel, que presenciou de perto o tratamento injusto dado a um goleiro que merecia reconhecimento, é lamentavelmente semelhante.
Os alertas sobre o assédio europeu em relação a Carlos Miguel não foram suficientes para que seu contrato, com uma multa reduzida a quase nada devido à gestão anterior, fosse ajustado para evitar sua saída. Agora, o goleiro é criticado por aceitar uma proposta da Premier League, como se a titularidade no Corinthians fosse uma concessão com obrigações vitalícias.
Os fãs excessivamente orgulhosos não percebem que essa narrativa favorece os dirigentes despreparados, que se veem livres de responsabilidades até que um novo bode expiatório seja encontrado, enquanto o clube segue em crise, desesperado por uma liderança eficaz. A equipe de futebol encontra-se em uma situação delicada na tabela do Campeonato Brasileiro, e Cássio, o bode expiatório conveniente, não pode mais ser responsabilizado.
Fonte: @ ESPN
Comentários sobre este artigo