Aos 33 anos, ator de ‘No Rancho Fundo’ fala sobre papel de mocinho em novela da Globo e a complexidade da jornada do veterano atuando como arquétipo central.
Artur, o personagem principal de No Rancho Fundo, é o segundo papel de Tulio Starling na TV aberta, após uma breve aparição em Pantanal. Mas o ator não é novato: aos 33 anos, ele acumula duas décadas de experiência e é um veterano na carreira de artista no Brasil. Com Artur, ele encarou o desafio de interpretar o ‘mocinho’.
Em No Rancho Fundo, Artur se destaca como o protagonista da trama, trazendo uma nova dimensão ao personagem. Sua jornada como herói cativa o público e mostra a versatilidade de Tulio Starling como ator. O desafio de interpretar Artur vai além do papel de mocinho, exigindo do artista uma entrega total à personagem.
Artur: O Protagonista em Destaque
‘Há sempre o receio de cair nos lugares comuns, mas queria ver como minha criatividade ia tentar resolver o desafio de qualquer ator de tentar dar complexidade ao arquétipo do mocinho’, recorda. A jornada do Artur é uma jornada para dentro do coração do mundo, para descobrir o quanto o coração dele é capaz de se abrir para o mundo e para a vida, avalia o ator em destaque.
O trabalho deu certo e Artur faz sucesso ao lado junto sua ‘mocinha’, Quinota (Larissa Bocchino). Tulio e a atriz se conheciam da série Hit Parade (2019), do Canal Brasil, e ele fez o teste para Artur com ela e lendo o texto do autor de No Rancho Fundo, Mário Teixeira, a quem só tem elogios. Artur (Tulio Starling) e Quinota (Larissa Bocchino), casal central de ‘No Rancho Fundo’ — Foto: TV Globo.
‘A maneira com o Mário desenvolve as cenas, elas são até mais longas que o comum, o que faz com que tenham viradas improváveis; começam de um ponto e vão para outro de jeito divertido’, diz, contando que fica ansioso para ler os novos capítulos. ‘Quero spoilers’, brinca. Tulio montou Artur a partir do texto (‘ele já é um super prato feito para você temperar’) e, mineiro, entrou no ambiente do personagem para dar mais veracidade ao sotaque nordestino.
‘Gosto de estudar a sonoridade do sotaque a partir um pouco da paisagem cultural daquele personagem, o que tem a ver com o imaginário da diversidade sertaneja nordestina. Para mim é um prazer encontrar esse jeito específico, que não tem a ver só com a fonética’, diz. Tulio Starling — Foto: Philipp Lavra e Isadora Relvas.
De Minas para o mundo, Tulio começou a fazer teatro ainda no colégio, em Belo Horizonte, e, identificado com o ofício, em pouco tempo já tinha avançado de turma e se dedicava às aulas todos os dias. ‘Eu dizia que não estava atrapalhando meu rendimento escolar, mas claro que estava’, lembra ele, que tem um tio-avô famoso: Mauro Mendonça. ‘Eu via tio Mauro muito de vez em quando, ele é irmão de meu avô. Só fui conviver mais com ele e Maurinho – o diretor Mauro Mendonça Filho, depois que Maurinho foi ver uma peça minha’, conta. Tulio Starling — Foto: Philipp Lavra e Isadora Relvas.
Quando tinha 15 anos, sua mãe, foi transferida para Brasília, e Tulio foi com ela. Na cidade ele se profissionalizou. ‘Fiz de tudo: teatro de pesquisa, teatro comercial, teatro infantil, já fui até boneco de animação de jogo de vôlei’, lista o ator, que cursou Artes Cênicas na Universidade de Brasília (UnB). Plano B, ele não tinha. ‘Com 17 anos eu ganhava meus cachês, fazia um dinheirinho. Sempre achei que ia dar certo, mas fui passando dos 30, vendo meus amigos financiando apartamento, carro, e eu não tenho nada disso’, explica. ‘Não consegui construir esse patrimônio, ainda não sei o que é isso. Mas consegui me manter, pagar minha terapia e isso é muita coisa’, pondera.
Aos 27, Tulio já tinha trabalhado com grandes nomes da cena teatral brasiliense, como Hugo Rodas, e feito parte da Cia. Brasilienses de Teatro. Também começara a trilhar o audiovisual, em uma participação breve e marcante.
Fonte: © Revista Quem
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