Brasil ampliou atendimentos a homens, discutindo condutas de risco e expectativas sociais, sem reforçar modos tradicionais.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as expectativas sociais em relação aos homens — de serem provedores de suas famílias; terem condutas de risco; serem sexualmente dominantes; evitarem discutir suas emoções ou procurar ajuda — estão contribuindo para maiores taxas de suicídio, homicídio, vícios e acidentes de trânsito, bem como para o surgimento de doenças crônicas não transmissíveis. A preocupação com a saúde-do-homem é fundamental para promover a qualidade de vida e prevenir esses problemas.
É essencial que haja uma conscientização sobre a importância do bem-estar-masculino e do cuidado-masculino. Investir na saúde-masculina não apenas beneficia os homens individualmente, mas também impacta positivamente suas famílias e comunidades. Portanto, é crucial quebrar estereótipos prejudiciais e incentivar a busca por apoio e orientação em relação à saúde-do-homem.
Importância da Saúde do Homem para o Bem-Estar Masculino
O relatório ‘Masculinidades e saúde na região das Américas’, elaborado pela agência, ressalta a relevância de discutir a saúde-do-homem. Ele destaca que os modos tradicionais de ser homem muitas vezes veem as práticas de cuidado e de busca por ajuda como sinais de fragilidade e fraqueza, o que pode levar os homens a evitar os serviços de saúde.
Política Nacional de Atenção à Saúde do Homem: Cuidado Masculino em Foco
No Dia Nacional do Homem, celebrado em 15 de março, o Ministério da Saúde enfatiza a importância da Política Nacional de Atenção à Saúde do Homem (PNAISH). Esta política tem sido fortalecida com o intuito de ressaltar a necessidade de mudar a percepção dos homens em relação ao cuidado com a saúde e de quem está ao seu redor.
O foco está em derrubar as barreiras culturais que afastam os homens das práticas de cuidado e autocuidado, contribuindo socialmente para uma mudança de paradigma. Em 2023, houve um aumento significativo nos atendimentos individuais a pessoas do sexo masculino na atenção primária, conforme constatado pela Secretaria de Atenção Primária à Saúde (Saps).
Avanços na Saúde do Homem: Cuidado e Prevenção de Riscos
Os dados revelam que em 2023 foram realizados mais de 119 milhões de atendimentos individuais a homens, representando um aumento de 24,5% em relação ao ano anterior. Além disso, houve um crescimento de 22,4% no número de consultas de pré-natal do parceiro, registradas em 1.671 municípios.
Destaca-se o pioneirismo do Brasil na América Latina, sendo o único país da região com uma política de saúde específica para a população masculina: a PNAISH. Essa política aborda temas como acesso, acolhimento, saúde sexual, paternidade, doenças prevalentes, prevenção de violências e acidentes.
Investimentos na Saúde Masculina: Formação e Qualificação Profissional
O Ministério da Saúde firmou um Acordo de Cooperação Técnica com o Instituto Promundo para capacitar 15 mil profissionais de saúde em todo o país. O objetivo é promover uma abordagem que estimule a participação dos homens na paternidade, discuta os padrões de masculinidades, previna a violência e promova a equidade de gênero.
Desde o início de 2024, mais de 1,8 mil profissionais já foram qualificados por meio desse acordo de cooperação técnica. Essas ações visam contribuir para a promoção da saúde-do-homem e o bem-estar masculino, buscando uma maior integração dos homens nos cuidados com a saúde.
Desafios na Saúde Masculina: Expectativa de Vida e Comportamentos de Risco
Apesar do aumento da expectativa de vida, os homens ainda vivem em média 7 anos a menos que as mulheres. A Organização Mundial da Saúde alerta que 1 em cada 5 homens nas Américas não alcançará os 50 anos de idade, devido a comportamentos de risco à saúde. É fundamental discutir e abordar essas questões para promover a saúde e o bem-estar dos homens em toda a região.
Fonte: @ Ministério da Saúde
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