Em julho, mosquitos infectados com bactérias de Wolbachia serão lançados em seis municípios, comingesando ovos e população. Estratégia para reduzir infecções: pouca variação de temperatura durante etapa de engajamento comunitário. Mosquitos infectados: microrganismo natural.
Em julho, está previsto o início das solturas de mosquitos Aedes aegypti infectados com a Wolbachia em seis municípios brasileiros. Entre as cidades escolhidas para o projeto estão Uberlândia, em Minas Gerais, Londrina e Foz do Iguaçu, no Paraná, Presidente Prudente, em São Paulo, Joinville, em Santa Catarina, e Natal, capital do Rio Grande do Norte. A expectativa é que a Wolbachia contribua significativamente no combate ao mosquito transmissor de doenças como a dengue e a zika.
No próximo ano, a estratégia de infectar mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia será expandida para mais 22 municípios de Minas Gerais. A presença da Wolbachia nos mosquitos busca reduzir sua capacidade de transmitir doenças, representando um avanço importante no controle dessas enfermidades. A utilização da Wolbachia como método de combate ao Aedes aegypti mostra-se promissora e eficaz no cenário de prevenção de epidemias relacionadas a essas doenças.
O Método Wolbachia: Redução de Casos de Dengue a Médio e Longo Prazo
De acordo com informações do Ministério da Saúde, o Brasil destaca-se como o primeiro país a adotar a tecnologia do Wolbachia como parte de uma política pública destinada a diminuir os casos de dengue em um horizonte de tempo mais amplo. A estratégia fundamenta-se na introdução da bactéria Wolbachia em ovos do mosquito em ambientes controlados, gerando Aedes aegypti que carregam o microrganismo.
Uma vez infectados, os mosquitos tornam-se incapazes de transmitir os vírus responsáveis pela dengue, zika, chikungunya e febre amarela. Durante o processo reprodutivo, esses mosquitos transmitem a bactéria para outros insetos, resultando em uma redução da transmissão de doenças aos seres humanos. Esse método inovador tem se mostrado altamente eficaz na prática.
Antes da liberação controlada dos mosquitos, é fundamental realizar uma etapa de engajamento comunitário, uma vez que a percepção inicial da comunidade pode ser de aumento na quantidade de mosquitos na região. Nesse sentido, a conscientização da população sobre os benefícios da estratégia é essencial para o sucesso do projeto.
Segundo a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, é indispensável seguir uma série de critérios para a implementação dessa abordagem, destacando-se a estabilidade da temperatura ao longo do dia, fator crucial para a adaptação do mosquito com a Wolbachia. Tal aspecto demonstra a importância de condições específicas para o êxito da iniciativa.
Um exemplo prático dos resultados positivos do Método Wolbachia pode ser observado em Niterói, no estado do Rio de Janeiro. A cidade foi pioneira na fase de pesquisa em 2014 e obteve uma redução significativa de 69,4% nos casos de dengue, 56,3% de chikungunya e 37% de zika. Esses números ressaltam a eficácia a médio e longo prazo da estratégia implementada.
Outras localidades brasileiras, como o Rio de Janeiro, Campo Grande e Petrolina, em Pernambuco, também estão adotando o Método Wolbachia como parte de suas medidas preventivas contra as arboviroses. Além do Brasil, Indonésia e mais três países estão participando de pesquisas em colaboração com o World Mosquito Program, fortalecendo a abordagem global no combate a essas doenças.
Recentemente, o Ministério da Saúde e o governo de Minas Gerais inauguraram a Biofábrica Wolbachia em Belo Horizonte, sob administração da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Essa iniciativa visa expandir a capacidade de produção dessa tecnologia inovadora, destacando o compromisso do país em fortalecer suas ações de controle das arboviroses. A Wolbachia apresenta-se como uma importante aliada na luta contra as doenças transmitidas por mosquitos, proporcionando resultados concretos na proteção da saúde pública.
Fonte: @ Agencia Brasil
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