SP distribuirá substância derivada da cannabis em 40 Farmácias de Alto Custo do estado para pacientes com doenças graves pelo SUS.
Desde segunda-feira, 25, a substância derivada da cannabis, mais conhecida e aguardada por milhares de pacientes, o Cannabidiol, começou a ser distribuída pelo Sistema Único de Saúde (SUS) de São Paulo. A medida foi autorizada há um ano e cinco meses, quando o governo do estado sancionou a lei 17.618, de autoria do deputado Caio França (PSB).
A inclusão do Cannabidiol no SUS representa um avanço significativo no acesso a tratamentos alternativos para diversas condições de saúde. O CBD tem se mostrado promissor no alívio de sintomas de várias doenças, proporcionando mais qualidade de vida aos pacientes que antes não tinham acesso a esse recurso. A iniciativa do governo paulista demonstra um compromisso com a saúde e o bem-estar da população, abrindo portas para novas possibilidades terapêuticas.
Cannabidiol: um avanço na saúde pública
A assinatura do governador Tarcísio de Freitas foi muito comemorada por duas razões. Primeiro porque o medicamento é de alto custo, variando entre R$ 250 e R$ 2 500, dependendo da concentração, e a maior parte dos brasileiros não tem acesso ao tratamento. Segundo, São Paulo é o estado com a maior importância econômica e referência em Saúde, mesmo não sendo o pioneiro nesta área. Dez estados brasileiros saíram na frente.
Agora, com a nova legislação, a substância derivada da cannabis, o Cannabidiol, ganha destaque como um tratamento essencial para pacientes como os de epilepsia refratária. O Sistema Único de Saúde passa a reconhecer a importância do CBD no alívio de sintomas como dor crônica, espasticidade, transtorno neuropsiquiátrico, náusea e perda do apetite provocado por tratamentos quimioterápicos.
Apesar da boa notícia, a lei não abrange todos os pacientes, pelo menos por enquanto. Apenas os paulistas diagnosticados com dois tipos de epilepsia grave, as síndromes de Dravet e Lennox-Gastaut, e com esclerose tuberosa têm direito ao CBD. Será necessário comprovar o diagnóstico com exames específicos como eletroencefalograma, hemograma e creatinina, entre outros, além de levar um formulário preenchido pelo médico com a indicação do tratamento a uma das 40 Farmácias de Medicamentos Especializados do estado. Outras doenças como a depressão e a dor crônica do câncer ficaram de fora.
A Fiocruz publicou uma nota técnica no ano passado destacando o potencial terapêutico dos canabinoides, como o CBD e o THC. Essas pesquisas apontam para a eficácia e segurança na redução dos sintomas e melhora do quadro em diversas condições de saúde. A diferença entre a droga e o remédio é cada vez mais evidente, colocando a cannabis no mesmo patamar de qualquer outro tratamento convencional.
Fonte: @ Veja Abril
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