PF intercepta diálogos suspeitos sobre esquema de venda em operação. Churrascada deflagrada, busca e apreensão em processo para reestabelecer acesso a supostos desvios em hospitais públicos.
Via @metropoles | Conversas interceptadas pela Polícia Federal (PF) revelam que indivíduos envolvidos em um suposto esquema de venda de decisões no gabinete do juiz Ivo de Almeida, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), utilizavam termos como ‘churrascó’, ‘carne’ e ‘picanha’ como códigos para transações de propina que teriam sido realizadas ao magistrado em troca de sentenças favoráveis. O juiz foi alvo de busca e apreensão durante a Operação Churrascada, deflagrada pela PF na última quinta-feira (20/6), por determinação do ministro Og Fernandes, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que também ordenou o afastamento de Ivo de Almeida de suas funções por um ano.
No desdobramento das investigações, foi constatado que os suspeitos mencionavam a palavra ‘picanha’ para se referir a valores específicos de propina a serem pagos. A PF continua a apurar o caso, buscando mais evidências sobre as transações ilícitas envolvendo o magistrado e seus colaboradores. A sociedade aguarda por justiça e transparência no sistema judiciário, repudiando práticas corruptas que minam a credibilidade das instituições.
Operação Churrascada Deflagrada
Uma operação de busca e apreensão foi realizada no âmbito da investigação sobre suposto esquema de venda de decisões judiciais envolvendo ‘churrascos’ como codinome para plantões judiciários. Entre os investigados estão o guarda municipal Wellington Pires e o advogado Luiz Pires Moraes Neto, ligados a supostos desvios em hospitais públicos. Valmi Lacerda Sampaio, falecido em 2019, era apontado como o responsável por marcar as datas dos ‘churrascos’, nos quais Ivo de Almeida despachava.
Nos diálogos apreendidos, Valmi coordenava os encontros, como o marcado para o dia 23/08, mencionado em uma das mensagens. Havia menções a picanha, indicando preparativos para o evento. Wellington ofereceu uma picanha a Valmi, sugerindo que seria assada no ‘churrasco’. Valmi solicitou rapidez na análise de documentos para despachar favoravelmente.
Luiz Pires questionou sobre a situação de um processo e mencionou a necessidade de agir rapidamente. Em outra conversa, foi sugerido um pagamento em um posto de gasolina. A PF investiga pagamentos entre Luiz Pires e um posto associado a Valmi.
Após a morte de Valmi, Wilson Vital Menezes Junior assumiu como interlocutor de Ivo de Almeida. Diálogos recentes indicam possíveis mudanças de decisões judiciais em troca de propina. Um dos casos envolve Adormevil Vieira Santana, condenado por roubo e estelionato. Wellington discutiu com Wilson sobre a possibilidade de intervenção no caso em troca de pagamentos.
Os advogados também negociaram a venda de obras de arte para beneficiar condenados. Adormervil obteve prisão domiciliar após ação do desembargador, levantando suspeitas de favorecimento seletivo. A PF encontrou evidências de possíveis irregularidades nas decisões judiciais, indicando um esquema de corrupção em andamento.
Fonte: © Direto News
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