O alerta de Tauffenbach guiou sua palestra sobre digitalização e produtividade na construção civil no Construsummit.
‘A mentalidade da construção civil ainda não é voltada para inovações. Este é um setor que historicamente opera de forma manual e, durante muitos anos, foi viável concluir projetos significativos dessa maneira, sem a necessidade de se preocupar com as margens. As tecnologias não eram uma prioridade, mas a realidade mudou’, afirma Fernanda Tauffenbach, sócia de Infraestrutura e Projetos de Capital da Deloitte.
Atualmente, a pressão para adotar tecnologias mais eficientes é crescente. As empresas precisam buscar soluções que integrem essas inovações para se manterem competitivas no mercado. A adoção de novas ferramentas é essencial para o futuro da construção civil.
A Pressão como Questão de Sobrevivência
A pressão enfrentada pelas empresas no setor da construção civil é, atualmente, uma questão crucial para a sobrevivência do negócio, como sintetiza Tauffenbach. Esse alerta foi o foco central de sua palestra sobre digitalização e produtividade durante o Construsummit, evento realizado em Florianópolis, que reuniu executivos e representantes de diversas empresas do mercado imobiliário para discutir gestão e tecnologias. A executiva ressalta que o ser humano tende a resistir a mudanças, especialmente em um mercado que, historicamente, não apresentava essa demanda por inovações.
Adaptação e Adoção de Tecnologias
Diante desse panorama, Tauffenbach enfatiza a necessidade urgente de as empresas se adaptarem e adotarem tecnologias que possam auxiliar na superação dos desafios emergentes na construção civil. A consultoria Deloitte, com um olhar voltado para o futuro, elaborou um relatório que destaca 12 tecnologias que têm o potencial de revolucionar projetos de capital intensivo, incluindo o mercado imobiliário.
Gerenciamento de Programas e Portfólio
1. Project Portfolio Management (PPM): O Gerenciamento de Programas e Portfólio (Program and Portfolio Management – PPM) é uma ferramenta que integra diversas soluções que utilizam inteligência artificial, como a IA conversacional, aprendizado de máquina e IA Generativa. O objetivo é assegurar que as empresas tomem decisões mais informadas e assertivas, permitindo, por exemplo, uma alocação mais eficaz de recursos e a redução das chances de erro.
Modelagem e Eficiência
2. BIM / Digital Twin: A tecnologia BIM (Building Information Modeling) possibilita a criação de um modelo virtual de um edifício, permitindo uma visão detalhada de todas as informações ao longo do ciclo de vida do projeto. Essa tecnologia é fundamental para melhorar a coordenação entre as equipes, otimizar custos e, consequentemente, aumentar a eficiência.
Tecnologias Imersivas
3. Realidade Virtual, Aumentada e Mista: Conhecidas como tecnologias imersivas, a Realidade Virtual (RV), a Realidade Aumentada (RA) e a Realidade Mista (RM) facilitam a integração entre o mundo físico e o digital. Essas ferramentas ajudam as empresas a entenderem melhor os espaços e estruturas antes da construção efetiva dos projetos.
Agentes Virtuais e Inteligência Artificial
4. Agentes e Assistentes Virtuais: A popularização de agentes e assistentes virtuais, suportados por Inteligência Artificial, como o ChatGPT, pode melhorar a comunicação com os clientes e auxiliar na geração de conteúdos como relatórios e análises. O relatório da Deloitte destaca que essa tecnologia será capaz de perceber o ambiente ao seu redor, interpretar dados, tomar decisões e executar ações de forma autônoma, sem necessidade de intervenção humana.
Simulações e Impressão 3D
5. Simulações de IA: As simulações de IA têm o potencial de identificar problemas ou prevenir sua ocorrência, prever cenários complexos e mitigar riscos de falhas. Além disso, apresentam possibilidades inovadoras que vão desde a melhoria do uso de materiais até a sustentabilidade de um projeto.
6. Impressão 3D: Imagine a possibilidade de imprimir materiais de construção ao invés de se deslocar até uma loja. Essa inovação pode transformar a maneira como os projetos são realizados, aumentando a eficiência e reduzindo custos.
Fonte: © Estadão Imóveis
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