Nova abordagem permite transplante de células-tronco em pacientes com doadores incompatíveis, observou estudo.
Para indivíduos com leucemia que necessitam de um transplante de células-tronco, a busca por um doador compatível pode se estender por meses. Contudo, uma nova técnica está sendo pesquisada e pode agilizar o procedimento do transplante de células-tronco.
Recentemente, uma descoberta promissora no campo dos transplantes de medula trouxe esperança para pacientes em espera. A possibilidade de encontrar doadores adequados de forma mais eficiente pode revolucionar o cenário dos transplantes de células-tronco.
Descoberta inovadora no transplante de células-tronco
Um estudo intitulado ACCESS trouxe à tona uma abordagem revolucionária no processo de transplante de células-tronco. A pesquisa observou o uso prolongado de ciclofosfamida, um medicamento quimioterápico antigo, após o transplante de pacientes que receberam células-tronco de doadores incompatíveis ou parcialmente compatíveis. Os resultados revelaram que os pacientes submetidos a essa nova estratégia podem apresentar taxas de sobrevida semelhantes àqueles que receberam células-tronco de doadores totalmente compatíveis.
Essa descoberta promissora pode ampliar significativamente o acesso dos pacientes a um transplante de células-tronco seguro e eficaz, independentemente do grau de compatibilidade com o doador. O hematologista e oncologista Monzr M. Al Malki, um dos autores do estudo, enfatizou a importância desse avanço no campo da medicina.
Benefícios da ciclofosfamida no transplante de medula
A ciclofosfamida é um medicamento quimioterápico amplamente utilizado no tratamento de doenças como leucemias, linfomas e mieloma múltiplo. Segundo Garles Vieira, hematologista da Oncoclínicas São Paulo, essa droga desempenha um papel crucial na prevenção da Doença do Enxerto Versus Hospedeiro (GVHD) em casos de transplante alogênico de medula óssea, mesmo com doadores parcialmente compatíveis.
Vieira ressalta que a ciclofosfamida tem sido fundamental para expandir as opções de doadores de medula, antes limitadas a parentes geneticamente idênticos. Essa nova abordagem tem impactado positivamente a rotina dos serviços transplantadores, permitindo uma maior flexibilidade na escolha do doador e aumentando as chances de sucesso do procedimento.
Funcionamento da ciclofosfamida no organismo
A ação da ciclofosfamida visa controlar a resposta imunológica do organismo, evitando possíveis rejeições do transplante. O medicamento atua inativando linfócitos T alorreativos, células do sistema imunológico do doador que, ao entrar no corpo do receptor, podem desencadear uma resposta imunológica prejudicial.
Por meio da infusão de ciclofosfamida, as células ativadas são neutralizadas, permitindo que o processo de recuperação do paciente ocorra de forma mais tranquila. Esse mecanismo de ação tem se mostrado eficaz na prevenção de complicações pós-transplante e na melhoria dos resultados clínicos.
Essa nova perspectiva no uso da ciclofosfamida representa um avanço significativo no campo dos transplantes de células-tronco, abrindo portas para uma terapia mais acessível e eficaz para um número maior de pacientes necessitados.
Fonte: @ Minha Vida
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