Quando o gelo derrete, espécies colonizam novos habitats.
As geleiras estão diminuindo em todo o mundo de maneira rápida. Imagem: Getty Images / BBC News Brasil Com o aumento das temperaturas globais a cada ano, as geleiras do planeta estão recuando.
Esse fenômeno afeta não apenas as geleiras, mas também os glaciares e as calotas de gelo. A mudança climática tem causado um impacto significativo no derretimento do gelo em diversas regiões do mundo. A preservação desses ecossistemas é fundamental para o equilíbrio ambiental.
Geleiras: um ecossistema em transformação
Esses rios de gelo e as calotas de gelo ainda maiores que cobrem a Groenlândia e a Antártida estão derretendo — e o derretimento está acontecendo de forma acelerada. À medida que as temperaturas aumentam globalmente, as geleiras e as camadas de gelo abrigam apenas algumas espécies que são capazes de sobreviver nelas, como vermes do gelo, pulgas e algas da neve. Quando o gelo derrete, estas espécies são obrigadas a recuar com ele. O que acontece com as áreas que as geleiras deixam para trás? Será que a vida se instala nessas áreas? Nossa equipe internacional de pesquisadores passou a última década investigando o que acontece com o solo recém-descoberto à medida que as geleiras recuam mais acima nas cadeias de montanhas. Nós monitoramos o que está acontecendo em 46 geleiras que estão retrocedendo: do Himalaia até os Andes, do arquipélago ártico de Svalbard até o sul da Nova Zelândia, e até mesmo geleiras tropicais no México. O que nossa nova pesquisa descobriu é que a vida se desloca rapidamente para colonizar esses novos habitats, de micro-organismos a líquens e musgos resistentes, a espécies pioneiras como gramíneas. Mais plantas chegam e, na sequência, aparecem os animais. Com o tempo, observamos novos ecossistemas emergindo. A vida dá um jeito. Quando uma geleira derrete, o que resta é uma paisagem estéril de rocha exposta e sedimentos. Com o tempo, estas áreas se transformam gradualmente em um ecossistema pós-glacial complexo e diverso. O que a gente queria saber era como isso acontece, quanto tempo leva e como a vida coloniza os novos habitats. Entre os séculos 14 e 19, aproximadamente, o mundo foi atingido pela ‘Pequena Era do Gelo’ — um período de resfriamento moderado que afetou amplamente o hemisfério norte. Durante este período, muitas geleiras neste hemisfério se expandiram. Do fim do século 19 em diante, as atividades humanas — especialmente a queima rotineira de combustíveis fósseis — começaram a reter mais calor e aquecer o planeta, lentamente no início, mas agora em um ritmo cada vez mais acelerado. Escolhemos nossas paisagens glaciais com cuidado, selecionando apenas as geleiras em que poderíamos datar com precisão o início do recuo do gelo utilizando uma série de fontes de dados, incluindo mapas topográficos, medições e informações de campo, fotografias, pinturas e imagens remotas. Nossa equipe cobriu várias partes do mundo, mas coletamos menos amostras nas regiões polares. Coletamos amostras de solo de mais de 1,2 mil lotes nas 46 geleiras — e as analisamos em laboratório para rastrear quais espécies chegaram e quando. Acompanhamos a formação do ecossistema analisando as propriedades do solo e os nutrientes, além da evidência de captura de.
Fonte: @ Terra
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