Estimulação magnética transcraniana ajuda na reabilitação de transtornos psiquiátricos e sequelas motoras, estimulando áreas cerebrais específicas.
No processo de reabilitação de pacientes que apresentaram perda de funções após doenças neurológicas ou que vivem com transtornos psiquiátricos, médicos utilizam a capacidade do cérebro de se reinventar no tratamento. Dentro do arsenal, está a neuromodulação, como a neuromodulação cerebral, tecnologia para neuromodulação sem necessidade de cirurgia que permite ativar ou inibir determinadas regiões do órgão.
Além da neuromodulação, outras técnicas de estimulação cerebral têm sido exploradas como alternativas de terapia para pacientes com condições neurológicas. A estimulação cerebral tem se mostrado promissora como opção de tratamento para melhorar a qualidade de vida desses pacientes.
Avanços na Neuromodulação Cerebral
A neuromodulação é um processo inovador que tem sido cada vez mais utilizado em diferentes áreas da saúde, incluindo a reabilitação de pacientes com sequelas motoras, transtornos psiquiátricos e outras condições neurológicas. No centro de reabilitação do Hospital Israelita Albert Einstein, essa técnica vem se destacando como uma ferramenta eficaz para ajudar os pacientes a recuperarem funções cerebrais perdidas após um AVC, além de auxiliar no tratamento da depressão e da dor crônica.
A estimulação cerebral por meio de pulsos magnéticos tem se mostrado eficaz na modulação da atividade neuronal, promovendo a plasticidade cerebral e permitindo que o cérebro se adapte a novos estímulos. Esse processo de reabilitação visa potencializar o tratamento, proporcionando aos pacientes maior autonomia e qualidade de vida.
Marcel Simis, neurologista do Einstein e coordenador do subgrupo de neuromodulação, destaca a importância dessa terapia no direcionamento da reabilitação dos circuitos neuronais. Segundo ele, a técnica de neuromodulação tem sido aprovada para o tratamento da depressão desde 2012 e tem demonstrado resultados positivos, com uma taxa significativa de pacientes que alcançam remissão da condição.
A terapia de neuromodulação está disponível para casos de alta complexidade, como aqueles que envolvem transtornos psiquiátricos e sequelas motoras. Luciana Janot, referência médica do Centro de Reabilitação e Medicina Esportiva do Einstein, ressalta a importância do tratamento da depressão nesse contexto de reabilitação, considerando-a um fator limitador no processo de recuperação.
O centro de reabilitação do Einstein atende uma média de 11 mil pacientes por mês, sendo a maioria de casos complexos relacionados a doenças neurológicas e cardiopulmonares, fragilidades ligadas à idade e perda funcional após internações prolongadas. Além disso, novos estudos estão sendo conduzidos para avaliar a eficácia da neuromodulação em condições como dor neuropática crônica, fibromialgia e afasia.
As sessões de terapia de neuromodulação têm duração de 30 a 40 minutos e são realizadas de forma confortável para o paciente. O protocolo inclui uma ‘dose de ataque’ inicial, seguida de sessões de manutenção para garantir o efeito sustentado do tratamento. Embora o estímulo seja indolor, alguns pacientes relatam uma sensação de leve desconforto no couro cabeludo durante as sessões.
É importante ressaltar que, apesar dos benefícios da neuromodulação, o tratamento também apresenta riscos e exige uma triagem criteriosa para garantir a segurança dos pacientes. Por isso, é fundamental que o procedimento seja realizado em um ambiente hospitalar com suporte adequado para lidar com eventuais complicações. A neuromodulação cerebral representa uma abordagem promissora no campo da reabilitação neurológica, oferecendo novas perspectivas para o tratamento de diversas condições neurológicas.
Fonte: @ Veja Abril
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