No final do último pregão, ação valia R$ 38,88, com ganho de 115,76% em 12 meses. Alta acumulada: gansos registrados, demanda surgiu. Total pedidos últimos trimestres, soma dos frentes atuação, avanço de margens, receita, fluxo caixa livre. Altos investimentos, maior necessidade de capital de giro.
Com uma valorização acumulada de 73,65% até o momento neste ano, os papéis da Embraer (EMBR3) se destacam como a maior alta no Ibovespa.
A trajetória ascendente da Embraer reflete a confiança dos investidores no potencial da empresa; um sinal positivo para o mercado financeiro como um todo.
Embraer: Valorização e Perspectivas de Crescimento
‘E a liderança no principal índice acionário da bolsa brasileira está longe de ser ameaçada, já que a BRF (BRFS3), que aparece com a segunda maior valorização, acumula ganhos de 42,29% no ano. A questão que se coloca, então, é: tem espaço para a fabricante de aeronaves de São José dos Campos (SP) ampliar sua valorização? Em 26 de fevereiro a ação engatou uma alta, operando assim por sete pregões consecutivos. Mas foi na segunda quinzena de março que alguns ‘estirões’ foram registrados, fazendo o papel sair do patamar de R$ 26 para R$ 31. Ao final do pregão de ontem (20), a ação valia R$ 38,88 – valorização de 115,76% em 12 meses. O valor de mercado da companhia era de R$ 28,8 bilhões.’
Embraer: Demanda e Carteira de Pedidos
‘Em 2015, fizemos uma análise projetando o preço-alvo em R$ 18. Na pandemia, chegou a ser negociada abaixo de R$ 6. Hoje, já projetamos entre R$ 38 e R$ 42. E, pelo menos na análise gráfica, tem espaço para buscar os R$ 45, se mostrar que é capaz de fazer as entregas’, comenta Rafael Lage, analista da CM Capital. Mas o que explica os ganhos no ano até aqui? ‘É uma ação que apresenta crescimentos exponenciais quando a empresa recebe uma grande quantidade de encomendas e consegue cumprí-las. E os últimos trimestres mostram que a demanda surgiu’, complementa Lage. A carteira total de pedidos atingiu US$ 21,1 bilhões no primeiro trimestre. A soma dos pedidos é a maior em oito anos para companhia e a demanda está em todas as frentes de atuação: comercial, aviação executiva, defesa, e manutenção de linha de motores, algo recente dentro da organização. Só a American Airlines encomendou 90 aeronaves comerciais para serem entregues ao longo da década e pode exercer o direito de compra de mais 43.
Embraer: Análise de Especialistas e Recomendações
Julio Borba, analista da Benndorf Research, pontua que o preço atual das ações não implica margem de segurança satisfatória para recomendar compra. ‘A Embraer é reconhecida mundialmente pela qualidade e tecnologia das aeronaves que produz e a companhia reportou números interessantes no último balanço, apresentando avanço de margens e de receita, mas o fluxo de caixa livre segue pressionado pelos altos investimentos e maior necessidade de capital de giro’. No Valor PRO, serviço de notícias e cotações em tempo real do Valor Econômico, as recomendações são positivas: cinco casas consideram que é hora de comprar a ação, pelo preço-alvo médio de R$ 33,03. Apenas uma análise é neutra. Mas a ação não chega a ser uma unanimidade entre os investidores. Primeiro, porque não paga dividendos, algo que muitos investidores expostos à bolsa priorizam em suas escolhas. Além disso, nos últimos cincos anos a rentabilidade da ação não superou o Ibovespa. Ainda assim, o prognóstico da CM Capital é positivo. ‘Em 2024, apesar da receita da área comercial do primeiro trimestre não ter sido tão boa, o número de entregas de aeronaves foi 67% maior em comparação no primeiro trimestre de 2023. Com esses pedidos maiores se tornando constantes, é uma ação que vai voltar a ser atraente para os investidores’, pontua.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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