Município gaucho de 4.900 hab. sofreu fortes chuvas do Vale do Taquari em setembro ’21. Reconstrução da EMEF Castelo Branco acabou pouco antes, algumas coisas levantadas de novo: água invadiu, chapas de aluminio encaixotadas, trabalhadores terminaram reconstrução, pouco antes de algumas coisas serem devastadas.
A Creche Alegria Infantil, instituição de ensino para crianças em São Paulo (SP), foi reinaugurada em 15 de julho deste ano, em um domingo chuvoso. Durante três meses, após as inundações que impactaram a região em 10 de maio de 2024, a comunidade local se uniu para reconstruir tudo o que foi afetado pelas enchentes – desde os materiais didáticos até os espaços de recreação das crianças.
Após as intensas chuvas que causaram as cheias na cidade, a solidariedade foi fundamental para a recuperação da Creche Alegria Infantil. Os esforços conjuntos permitiram que a instituição voltasse a acolher as crianças e suas famílias, promovendo um ambiente seguro e acolhedor para todos os envolvidos.
Inundações: Desafios e superações
Mas a reinauguração foi uma festa que durou pouco: em maio de 2024, a tragédia se repetiu. O colégio está, mais uma vez, coberto pela lama das enchentes históricas que atingem o Rio Grande do Sul desde o fim de abril. ‘Agora, tudo de novo, e ainda pior. Como vai ser? Vamos reformar tudo, para vir mais água? É desumano’, afirma ao g1 Alice Lorenzon, de 28 anos, diretora da EMEI. ‘É uma tristeza, um desespero de ver tudo o que foi conquistado de forma tão sofrida se perder.’ A menos de 2 km dali, perto do encontro entre os rios Taquari e Guaporé, a EMEF Castelo Branco também tentava se recuperar das inundações de setembro. Fazia apenas duas semanas que as obras de reconstrução haviam terminado, quando novamente a água invadiu o local. ‘Quando o desastre começou, 18 alunos estavam na escola. Os mais velhos [o colégio atende crianças de até 10 anos], com lágrimas nos olhos, ajudaram a encaixotar algumas coisas. Duas meninas que moram na região foram até lá para salvar seus cadernos’, conta Ana Luísa Bettinelli, diretora da instituição. ‘A gente percebeu a dor de todos. Os pequenos, de 4 a 5 anos, sempre perguntavam se ‘era a enchente’. Desde setembro do ano passado, quando perdemos tudo, o medo passou a ser presente neles.’ ‘A dor nos ensinou’, diz diretora de escola Nas inundações de 2023, ninguém esperava que os estragos fossem tão grandes. Neste mês, depois de ‘a dor nos ensinar’, como disseram os professores, todos tentaram salvar o que fosse possível antes de a água subir. Alice, diretora da EMEI Família Feliz, conta que, desta vez, ao primeiro sinal de chuva forte, correu para a escola. Mesmo no 8º mês de gestação, juntou-se aos outros funcionários para encaixotar cadeirinhas de alimentação, livros e objetos menores. ‘Em 2023, a gente até chegou a erguer algumas coisas, mas a água cobriu tudo. Perdemos ar-condicionado, mesas, cadeiras, colchões, freezer, tudo’, diz. ‘Agora, conseguimos chamar um caminhão e salvar uma parte do material e as coisinhas que compramos com rifas. Mas a pintura, a estrutura… tudo foi arrancado. Só com maquinário que vai dar para tirar todo o lodo. É uma parte nossa que foi destruída.’ Na Castelo Branco, a estratégia também foi tirar todos os itens possíveis da escola. O que sobrou de mobiliário e de objetos foi levado para o segundo piso, na esperança de que o nível da água não subisse tanto. O desastre, no entanto, foi maior do que o previsto: só o telhado não ficou submerso. ‘Perdemos armário, carteiras de madeira, datashows. Deu para salvar a impressora, pelo menos, que tínhamos perdido da outra vez.’ ‘Tudo foi bem mais agressivo agora’: o medo de as crianças não voltarem Em setembro do ano passado, antes da inundação, eram 83 alunos matriculados na EMEI Família Feliz. Quando a escola foi reaberta, em fevereiro de 2024, passaram a ser apenas 52. ‘Caiu uma ponte que ajudava os pais a levarem as crianças, e ela não foi reconstruída. Fora todas as famílias que perderam suas casas e foram embora da região. A reconstrução está sendo um desafio diário, com as chuvas constantes e o medo de novas inundações sempre presente. A comunidade se uniu mais uma vez para trabalhar na recuperação, levantando o que pode ser salvo e reerguendo o que foi destruído. As enchentes deixaram marcas profundas, mas a esperança de dias melhores permanece viva.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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