Aumento de ‘deepfake’ impulsiona operações fraudulentas; perdas no setor somam R$ 34 bilhões; crescimento de 245% no primeiro trimestre.
As fraudes no mercado de criptomoedas têm causado prejuízos significativos, chegando a atingir US$ 79,1 bilhões (cerca de R$ 429,4 bilhões) desde o início deste ano. A corretora Bitget divulgou essas informações alarmantes nesta quinta-feira (27).
Esses esquemas fraudulentos representam uma ameaça crescente, não apenas para investidores, mas também para a integridade do mercado como um todo. É fundamental estar atento para evitar cair em golpes cibernéticos e crimes fraudulentos que possam comprometer os investimentos e a segurança financeira.
Fraudes: O Crescimento de 245% nas Operações Fraudulentas
Segundo a pesquisa, o aumento de 245% nas operações fraudulentas relacionadas a ‘deepfake‘ no primeiro trimestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2023 é alarmante. O ‘deepfake’ é uma técnica que possibilita alterar um vídeo ou foto por meio de inteligência artificial (IA). Com essa tecnologia, é viável trocar o rosto de uma pessoa por outro ou modificar o que ela diz. Essa prática é viabilizada por aplicativos desenvolvidos com essa finalidade.
A presidente da Bitget, Gracy Chen, destaca a crescente presença de deepfakes no mercado de criptomoedas e a dificuldade do setor em combater esse tipo de crime sem uma educação e conscientização adequadas. A vigilância dos utilizadores e sua capacidade de distinguir fraudes de ofertas legítimas são fundamentais para a defesa contra esses crimes, até que se estabeleça um arcabouço jurídico e de segurança cibernética global abrangente.
As perdas relacionadas a fraudes com uso de deepfake nos primeiros três meses deste ano totalizam cerca de US$ 6,3 bilhões (R$ 34,2 bilhões), quase metade do registrado em todo o ano de 2022, que foi de US$ 13,8 bilhões (R$ 74,9 bilhões). Se essa tendência de aumento nas fraudes relacionadas a deepfake persistir nos próximos trimestres, as perdas anuais podem atingir US$ 25,1 bilhões (cerca de R$ 136,3 bilhões) em 2024, um novo recorde que superaria as perdas dos dois anos anteriores combinadas.
O estudo alerta que as perdas por esse tipo de fraude continuarão a crescer sem uma intervenção regulatória, podendo impactar não apenas o mercado de criptomoedas, mas toda a indústria financeira. Sem medidas eficazes, estima-se que esses crimes possam representar 70% das perdas no mercado de criptomoedas até 2026.
Dentre os crimes cibernéticos com uso de deepfake identificados no mercado de criptomoedas estão: roubo de identidade e falsidade ideológica, golpes e esquemas fraudulentos, manipulação de mercado, fraude em investimentos, resgate e extorsão, ataques de engenharia social, falsos anúncios legais ou regulatórios, captação ilícita de recursos, imitação em realidade virtual e metaverso, entre outros.
Os fraudadores se aproveitam da dinâmica do mercado cripto para perpetrar seus golpes, uma vez que diversos fatores podem influenciar a flutuação de valor das criptomoedas, como declarações de influenciadores, notícias ou atualizações sobre o status financeiro de um projeto. Mesmo com o surgimento de novos métodos de proteção, os invasores continuam a criar novos esquemas fraudulentos, conforme aponta o relatório da Bitget.
Fonte: © G1 – Tecnologia
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