Pesquisador afirma que cavalos moldaram o mundo com transporte e mobilidade na Guerra, baseada em dados do surgimento da forma como conhecemos hoje.
O surgimento do transporte por meio de cavalos foi um marco importante para a história da humanidade, pois possibilitou a conexão entre diferentes povos antigos, permitindo que se deslocassem com agilidade por longas distâncias pela primeira vez. Além disso, a utilização dos cavalos transformou significativamente a maneira como as guerras eram conduzidas, conferindo uma nova dinâmica aos conflitos.
No entanto, a domesticação dos equinos e a ampla adoção da força dos cavalos como animais de trabalho ao longo da história têm gerado debates e questionamentos sobre a relação entre humanos e esses nobres seres. A linhagem equina revela a importância desses seres na evolução da sociedade, demonstrando a influência dos cavalos em diversas áreas, desde a agricultura até a cultura popular.
Cavalos: Uma Análise Genômica Revela a Domesticação e Surgimento da Mobilidade
Uma análise minuciosa dos dados do genoma de 475 equinos antigos e 77 modernos está trazendo à tona novas informações sobre a domesticação dos cavalos. Os estudos revelaram que o processo de domesticação ocorreu em duas etapas distintas, sendo a primeira tentativa considerada um beco sem saída. Além disso, foi possível rastrear o surgimento da mobilidade baseada em cavalos por volta de 2.200 a.C. na Eurásia, um marco temporal que desafia as concepções anteriores.
A renomada Rita Lobato Velho recebeu uma homenagem do Google, destacando sua contribuição para a pesquisa equina. A Nasa também divulgou a primeira foto da tripulação da Starliner em uma estação espacial, enquanto o TikTok confirmou um ciberataque a usuários famosos nos Estados Unidos.
O biólogo evolucionista Pablo Librado, do Instituto de Biologia Evolutiva (IBE), em Barcelona, e anteriormente da agência de pesquisa CNRS da França, enfatizou a importância dos cavalos na história da humanidade. Segundo ele, nenhum outro animal teve um papel tão significativo na ascensão de reis como os cavalos.
Librado fez uma analogia com Genghis Khan, cujo vasto império se estendia do Mar do Japão até as portas da Europa, ressaltando como os cavalos moldaram o mundo contemporâneo. Ele destacou a relevância dos cavalos na agricultura, como animais de trabalho essenciais para o desenvolvimento das sociedades.
Os dados genômicos revelaram que a primeira domesticação dos cavalos ocorreu na Ásia Central, mais precisamente no norte do Cazaquistão, há cerca de 5.500 anos, pelas comunidades da cultura Botai. No entanto, essa domesticação inicial estava focada na obtenção de carne e leite, não no transporte, e não se disseminou amplamente.
Os cavalos selvagens de Przewalsk, na Mongólia, são descendentes dos cavalos Botai, representando uma linhagem equina distinta. Uma segunda linhagem equina começou a ser domesticada há aproximadamente 4.700 anos nas estepes russas ocidentais, antes de a mobilidade baseada em cavalos se expandir pela Eurásia há cerca de 4.200 anos, marcando um ponto crucial na história equina.
Todos os cavalos domésticos atuais têm suas raízes nesse evento de domesticação. A análise genômica revelou mudanças nas práticas de criação para atender à demanda por cavalos, incluindo a redução do intervalo entre as gerações de oito para quatro anos.
O arqueólogo molecular Ludovic Orlando, coautor do estudo e pesquisador do Centro de Antropobiologia e Genômica de Toulouse, na França, destacou que a seleção de características desejáveis levou os criadores a adotar práticas como o acasalamento de parentes próximos. Essa estratégia, antes incomum, tornou-se mais frequente para perpetuar características valiosas nos cavalos.
Após a disseminação dos cavalos pela Eurásia e a estabilização da população equina, os tempos de geração voltaram aos padrões normais. Somente nos últimos 200 anos, com a revolução industrial e o surgimento de novas raças equinas, houve uma redução significativa no intervalo entre as gerações, impulsionando a diversidade genética e a criação de novos tipos de cavalos.
Fonte: © CNN Brasil
Comentários sobre este artigo