1,6 milhões de estudantes matriculados em licenciatura via EAD: modalidade online, carga horária variada, regimes presencial e transição. Formação de professores em Pedagogia e ensino superior, notas 4 ou 5, Conceito Pré-liminar, Tribunal de Contas da União.
A Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED) manifestou apreensão diante da possibilidade de o Ministério da Educação (MEC) ratificar a determinação do Conselho Nacional de Educação (CNE) que almeja exigir que cursos de licenciatura e Pedagogia incorporem no mínimo 50% das suas aulas em regime presencial. A discussão sobre a exigência de aulas presenciais no EAD levanta questões pertinentes sobre a qualidade e a eficácia do ensino a distância no país.
A exigência de aulas presenciais no EAD promove reflexões sobre a importância do contato direto entre alunos e professores, bem como da interação presencial para o processo educacional. A busca por um equilíbrio entre o ambiente virtual e o ambiente presencial é fundamental para garantir uma formação completa e eficiente no ensino superior a distância (EAD). Além disso, é crucial considerar as particularidades de cada curso e a necessidade de adaptação do modelo de aulas presenciais para atender às demandas e especificidades de cada área do conhecimento.
Impacto da Exigência de aulas presenciais no EAD;
De acordo com a Instituição, a exigência de aulas presenciais no EAD pode afetar milhões de brasileiros no ensino superior a distância. Atualmente, segundo a ABED, aproximadamente 3,5 milhões de pessoas estão matriculadas em cursos de ensino superior a distância. Dentre essas pessoas, 1,6 milhão estão inscritas em cursos de licenciatura, que podem ser impactados por essa mudança nas exigências.
Desafios na Modalidade EAD e Transição para o Ensino Presencial
Segundo a CNN, o MEC planeja homologar a decisão do CNE referente à necessidade de aulas presenciais no EAD, estabelecendo um período de transição. Para o Ministério da Educação, é fundamental promover uma reorganização na educação a distância. Fontes da pasta destacam que a disseminação desenfreada desse modelo de formação no país, especialmente após a pandemia de Covid-19, não levou em consideração critérios reais de qualidade educacional.
No início deste mês, o MEC divulgou uma pesquisa que revela que apenas 450 cursos de ensino superior na modalidade EAD receberam notas 4 ou 5 no Conceito Preliminar de Curso (CPC). Isso representa cerca de 26,6% dos cursos avaliados. João Mattar, presidente da ABED, alerta para os desafios futuros caso a exigência de aulas presenciais seja implementada, destacando a importância de uma atuação preventiva do Tribunal de Contas da União (TCU) na avaliação da qualidade do ensino a distância.
Impacto na Formação de Professores e Desempenho dos Estudantes
A formação de professores na modalidade EAD apresentou um crescimento significativo, como aponta um estudo do ‘Todos pela Educação’. Entre 2012 e 2022, o número de formandos em cursos de licenciatura estudando a distância mais do que dobrou no Brasil. No entanto, a pesquisa também revela que a proporção de cursos de licenciatura com desempenho máximo no Enade tem diminuído.
De acordo com dados do Enade 2021, nove cursos formadores de professores na modalidade EAD tiveram queda de desempenho em comparação com os cursos presenciais. Disciplinas como Artes Visuais, Ciências Biológicas, Educação Física, Física, Letras, Música, Pedagogia e Química destacam-se nesse cenário. O consultor Adriano Coelho ressalta que houve um aumento de 8% no número de cursos de licenciatura oferecidos no país, mas apenas 271 alcançaram a nota máxima no exame, indicando desafios na qualidade do ensino a distância.
Fonte: © CNN Brasil
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