O Brasil lidera o setor na região, com 40% dos novos investimentos, mas o modelo consome muita água e energia em construção de datacenters, preocupando regiões.
O aumento significativo do número de datacenters no Brasil entre 2013 e 2023 é um reflexo do crescimento exponencial do mercado de tecnologia no país. Com um crescimento de 628%, a presença dessas estruturas se tornou fundamental para suportar a demanda por serviços digitais e armazenamento de dados. Empresas de renome internacional têm investido pesado nesse setor, prometendo não apenas tecnologia de ponta, mas também oportunidades de emprego bem remuneradas.
Além disso, a construção de centros de armazenamento tem impulsionado a economia local e regional, gerando impactos positivos em diversos setores. A infraestrutura dessas instalações não só garante a segurança e eficiência no armazenamento de informações, mas também contribui para o desenvolvimento tecnológico do país. O Brasil está se consolidando como um importante polo de datacenters na América Latina, atraindo investimentos e impulsionando o mercado de TI de forma significativa.
Datacenters: Crescimento Exponencial e Desafios Ambientais
Com o avanço da inteligência artificial (IA) e dos serviços de nuvem, a construção de centros de armazenamento se intensificou em diversas regiões. O oferecimento de datacenters tem acompanhado um crescimento exponencial, levantando preocupações sobre os impactos ambientais, especialmente em relação aos gastos de água e energia.
Alison Takano, gerente de consultoria e transações para América Latina da CBRE, destaca que o Brasil está seguindo a tendência global, com a expansão do mercado de datacenters impulsionada pelas operações na nuvem de grandes empresas. Nomes como Google, Microsoft e Amazon têm se destacado, processando uma quantidade massiva de dados que requerem centros de armazenamento eficientes.
O número de datacenters cresceu significativamente no Brasil, com um aumento de 628% entre 2013 e 2023, conforme o Brazil Data Center Report da JLL. O país lidera o setor na América Latina, atraindo cerca de 40% dos novos investimentos na área. Atualmente, há 135 instalações no país, com a maioria localizada em São Paulo. O México e o Chile também estão entre os principais países da região em termos de centros de armazenamento.
Takano ressalta que um dos principais desafios enfrentados pelo setor globalmente é o alto consumo de energia. Alguns datacenters operam com mais de 100 megawatts, o que pode superar os gastos de energia de uma cidade pequena. A atratividade do Brasil para o setor é impulsionada pelo uso significativo de energias renováveis em sua matriz elétrica.
O México, por sua vez, se destaca pela sua proximidade com os Estados Unidos, impulsionando o fenômeno do nearshoring. A Amazon, por exemplo, anunciou recentemente um investimento de 5 bilhões de dólares em datacenters no país, refletindo a importância estratégica da região.
Marina Otero Verzier, arquiteta e professora visitante da Universidade de Columbia, destaca que os datacenters são vistos como símbolos de status devido aos grandes investimentos de empresas como Google e Microsoft. No entanto, surgem questionamentos sobre os impactos desses empreendimentos, levando algumas empresas a considerar a América Latina como uma alternativa.
Verzier aponta que, embora os datacenters gerem desenvolvimento tecnológico, há preocupações sobre o impacto social e ambiental. A contratação de mão de obra altamente especializada, muitas vezes de fora da região, levanta questões sobre a inclusão local e os benefícios diretos para as comunidades onde estão instalados.
Fonte: @ Terra
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