Quintais em ruas fechadas e casas de vila são uma realidade em bairros de alto padrão, com a Prefeitura de São Paulo e a Secretaria Municipal de Arquitetura e Urbanismo trabalhando em parceria com a Companhia de Engenharia de Tráfego e a subprefeitura do bairro.
No contexto das cidades brasileiras, o fechamento de ruas e condomínios se tornou uma tendência em busca de segurança e tranquilidade. Em São Paulo, por exemplo, o medo da violência urbana impulsiona muitas famílias a optarem por residências em áreas fechadas, como condomínios e ruas bloqueadas.
Essa busca por segurança leva a uma procura crescente por casas de vila e ruas fechadas, que oferecem um ambiente mais controlado e seguro. No entanto, é importante notar que o fechamento dessas áreas pode levar a uma sensação de isolamento e exclusão para os moradores que não têm acesso a esses espaços. Além disso, a vedação de ruas e condomínios pode criar barreiras físicas e sociais que afetam a dinâmica da comunidade local. A segurança é um direito, mas não deve ser alcançada à custa da liberdade e da integração social.
O Fechamento de Ruas em São Paulo: Regras e Procedimentos
De acordo com dados da Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal das Subprefeituras, a capital paulista possui 594 vilas fechadas. Na teoria, qualquer morador pode solicitar o bloqueio da rua em que mora, mas para que a permissão seja concedida, a rua e o solicitante precisam cumprir algumas regras. Qual tipo de rua pode ser fechada? As normas que regem o fechamento de uma rua mudam de acordo com a prefeitura. Cada município tem regras específicas para tratar do tema. Em São Paulo, a Lei nº 16.439/16, regulamentada pelo Decreto nº 56.985/16, explica que é permitido o fechamento de ruas oficiais sem saída, ruas sem impacto no trânsito local e/ou vilas que possuam apenas habitações residenciais e uma única via de circulação de veículos.
O processo de aprovação depende do aval da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), que também analisa as condições viárias e possíveis reflexos no trânsito. ‘A Prefeitura de São Paulo é bastante aberta a permitir que o morador solicite o fechamento da rua. É um pedido feito direto para a prefeitura regional de cada distrito’, explica Fábio Ramos, diretor-geral da Plenno Arquitetura, empresa especializada em projetos de viabilidade urbana. Ele calcula que imóveis localizados em ruas fechadas valorizam entre 20% e 30% por causa da melhora na segurança.
Como Solicitar o Fechamento da Rua?
Apesar de acessível, o processo para pedir o fechamento de uma rua é burocrático. A Prefeitura de São Paulo estabelece que pelo menos 70% dos moradores da rua precisam estar de acordo com a decisão. Com o protocolo de fechamento e a assinatura dos proprietários de imóveis localizados naquela rua em mãos, os solicitantes precisam entrar em contato com a subprefeitura do bairro. Depois do envio da documentação, a aprovação ou não do fechamento tem um prazo de 45 a 60 dias para ser definido.
O fechamento da rua também implica em uma série de obrigações para os moradores, incluindo a vedação da rua com um portão que garanta a visibilidade da rua para quem olha de fora e não restrinja o acesso de pedestres. Além disso, a prefeitura estabelece horários específicos de fechamento, que não são definidos pelos moradores. Ao fechar uma rua, os moradores também se tornam responsáveis pela adoção de medidas de cunho ambiental, como o plantio de árvores, a implantação de dispositivos para coleta de águas de chuva e reúso de água, a desimpermeabilização das calçadas com instalação de pisos ou poços drenantes e a ampliação ou manutenção das áreas ajardinadas.
O isolamento da rua também implica em uma série de responsabilidades para os moradores, incluindo a coleta de lixo em recipientes próprios. Além disso, a prefeitura pode realizar uma interdição da rua em caso de não cumprimento das regras estabelecidas. É importante lembrar que o fechamento da rua é uma decisão que afeta a comunidade como um todo, e é fundamental que os moradores estejam cientes das responsabilidades e obrigações que vêm com essa decisão.
Fonte: © Estadão Imóveis
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