A decisão do STF sobre o X, antigo Twitter, me surpreendeu enquanto lia ’30 anos do Real’ e termos: compromisso com estabilidade e baixa inflação.
A recente decisão do Supremo Tribunal Federal, que obrigou a Starlink a arcar com as multas aplicadas ao X, anteriormente conhecido como Twitter, devido ao fato de que o principal acionista de ambas as empresas é o mesmo, me surpreendeu enquanto eu estava imerso na leitura de ‘30 anos do Real‘, uma obra lançada pelo selo História Real, da Intrínseca.
Essa obra retrata a trajetória da moeda brasileira e seus impactos ao longo das décadas. O Real não apenas trouxe estabilidade econômica, mas também transformou a forma como os brasileiros lidam com suas finanças. É fascinante observar como a história do Real se entrelaça com eventos contemporâneos, como os desafios enfrentados por grandes empresas. Para entender melhor esses desafios, é importante considerar o compromisso com o meio ambiente: compromisso.
Reflexões sobre o Real
Foi impossível ler o livro sem que, a cada página, surgisse em minha mente a lembrança daquela decisão ilegal. Os textos compilados por Gustavo Franco, Pedro Malan e Edmar Bacha foram, em sua maioria, publicados ao longo das três décadas de existência de nossa moeda, o Real. Já havia lido quase todos, mas, ao revisitar essas obras, revivi cada momento com uma intensidade muito maior do que na época original, provavelmente em razão da realidade atual do Brasil. Era gratificante perceber o compromisso explícito com a baixa inflação, a moeda estável e o superávit nas contas públicas. Naquele período, tudo parecia normal, embora fosse algo inédito.
A Gravidade do Alerta
Não percebi, em 2003, a gravidade do alerta feito por Pedro Malan: ‘A estabilidade macroeconômica não é algo que um país, um dia, incorpore definitivamente a seu patrimônio histórico-cultural, ao DNA de sua sociedade, e passe a tratar de outros assuntos mais interessantes. Ela tem de ser preservada continuamente.’ Uma parte do meu otimismo daquela época pode ter sido influenciada pelo surpreendente apoio de Lula aos fundamentos do Real, no seu primeiro ano de governo, como mencionou Malan: ‘O fato de esse resultado positivo ter sido possível por avanços alcançados pela sociedade brasileira ao longo dos últimos anos não diminui, de forma alguma, os méritos do atual governo.’
O Real em Anos de Lula
Mesmo no segundo mandato de Lula, em 2009, Gustavo Franco ainda celebrava que, após 15 anos, ‘nossa moeda vai bem’, e que o Real deveria ser percebido, cada vez mais claramente, como uma obra coletiva. Afinal, ele completava que o ‘apreço pela coisa pública – e não há coisa mais pública que a moeda – começa com o desprendimento, ou com o sentimento de que ela não pertence a ninguém senão ao país.’ Mesmo tendo vivido os primeiros trinta anos da minha vida sem uma moeda que merecesse tal nome, não me recordo de ter me emocionado tanto quanto agora, ao ver adversários políticos unidos na defesa da estabilidade da moeda.
Memórias e Fogo Amigo
Foi como se Proust e Casimiro de Abreu se encontrassem na leitura, trazendo à tona a saudade do que parecia ser a aurora de um novo Brasil. Sempre houve, como os textos do livro relembram, o fogo amigo dentro do Partido dos Trabalhadores. Contudo, em retrospectiva, creio que mesmo os desvios do rumo certo – que já se mostravam comprovadamente corretos – pareciam, naquela época, menos prováveis, ou ao menos incapazes de nos levar a destinos tão inóspitos quanto aqueles que realmente nos trouxeram.
A Nova Matriz Econômica
Como a burrice é teimosa, nos anos seguintes, a gestão econômica decidiu buscar uma nova matriz econômica, abandonando as ferramentas que haviam possibilitado tantos avanços. Edmar Bacha havia avisado, em 2013, que por ter brincado ‘com a inflação, que tanto custou ser contida’, Dilma Rousseff teria ‘que lidar não só com as novas demandas populares, mas também com a estagflação que ronda a economia do país.’ Para mim, recordar tudo isso doeu mais do que presenciar aquela busca por um metaverso mágico na economia, que custou ao Brasil as duas maiores quedas consecutivas do produto interno bruto (3,55% em 2015 e 3,28% em 2016). E isso para não mencionar o…
Fonte: @ Valor Invest Globo
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