Joênia Wapichana fala sobre a crise humanitária vivida pelos indígenas Yanomami devido ao garimpo ilegal em seu território, com estruturas físicas sucateadas.
A líder da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joênia Wapichana, enfatizou a importância de manter as ações no território indígena dos Yanomami para proteger a comunidade e combater o garimpo ilegal que persiste na região. A preservação da integridade dos Yanomami é crucial para garantir seu bem-estar e segurança.
Além disso, é fundamental implementar medidas eficazes para coibir a invasão de garimpeiros e promover atividades sustentáveis que respeitem a cultura e os direitos dos povos indígenas. A união de esforços e iniciativas colaborativas são essenciais para enfrentar os desafios enfrentados pela comunidade Yanomami e garantir um futuro mais promissor para as gerações futuras.
Ações para combater a crise humanitária na região indígena Yanomami
No início do ano passado, a crise humanitária que assolava os cerca de 27 mil indígenas na região gerou comoção em todo o país. A situação chegou a um ponto crítico, com relatos de crianças e idosos sofrendo com a falta de alimentos e doenças que poderiam ter sido evitadas. Joênia, uma liderança indígena, ressaltou a importância de manter as ações em andamento e de avançar ainda mais para garantir a segurança dos servidores que atuam na região.
É crucial implementar medidas para a retirada do garimpo ilegal e combater o comércio de ouro ilegal. Além do aspecto orçamentário, é fundamental fornecer estruturas físicas adequadas, que ao longo dos anos foram negligenciadas e se encontram em estado precário. A região enfrenta uma crise humanitária sem precedentes, com condições de vida precárias e a presença constante do garimpo ilegal.
Os dados do Ministério dos Povos Indígenas revelam que somente em 2022, 99 crianças Yanomami com menos de 5 anos perderam a vida, em sua maioria devido à desnutrição, pneumonia e diarreia. A Terra Yanomami abrange mais de 9 milhões de hectares nos estados de Roraima e Amazonas, sendo a maior reserva indígena do Brasil.
Em resposta à gravidade da situação, o governo decretou estado de emergência de saúde pública no território e a Polícia Federal abriu um inquérito para investigar possíveis crimes contra os Yanomami. Após um ano da declaração de emergência, a situação do povo Yanomami permanecia crítica, com desafios de saúde e a persistência do garimpo na região, conforme apontado pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi).
Diante desse cenário, o governo federal estabeleceu uma estrutura permanente na Casa Civil da Presidência para coordenar as ações e serviços destinados aos indígenas. Para o ano de 2024, está previsto um orçamento de R$ 1,2 bilhão para essas iniciativas.
Joênia enfatizou a importância do esforço conjunto e contínuo para enfrentar a crise humanitária. A criação do comitê de coordenação nacional, sob a liderança da Casa Civil, demonstra a abordagem integrada adotada pelo governo para lidar com a emergência na região indígena.
A deputada participou de uma reunião da comissão externa da Câmara dos Deputados, criada recentemente para monitorar a situação dos Yanomami. A inclusão da parlamentar indígena Célia Xakriabá no colegiado foi uma resposta às críticas de grupos indígenas sobre a representatividade da comissão.
Em meio às iniciativas em andamento, é fundamental manter o foco nas ações para garantir a segurança e o bem-estar dos indígenas Yanomami, enfrentando os desafios presentes na região e buscando soluções eficazes para a crise humanitária que perdura.
Fonte: @ Agencia Brasil
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