O programa Mais Médicos combate fraudes no registro de profissionais brasileiros e intercambistas, garantindo serviços de assessoria e possíveis melhorias.
Golpistas têm se aproveitado do WhatsApp para direcionar seus ataques a profissionais que trabalham no programa Mais Médicos. Afirmando ter acesso a uma suposta ‘ajuda interna’ de funcionários do Ministério da Saúde, o grupo chega a exigir até R$ 8 mil dos médicos inscritos no programa que buscam uma transferência para outra localidade. As atividades fraudulentas são promovidas de forma descarada pelos golpistas, que prometem prestar serviços de ‘assessoria’ aos médicos incautos.
Em um cenário preocupante, os vigaristas têm se mostrado cada vez mais audaciosos em suas abordagens, enganando profissionais dedicados em busca de melhorias em suas carreiras. É fundamental que os médicos estejam alertas para não caírem nas armadilhas desses fraudadores que atuam de forma ardilosa, visando apenas o lucro pessoal. A denúncia e a conscientização são armas essenciais para combater esses enganares e proteger a integridade dos profissionais de saúde.
Alerta sobre Golpistas no Programa Mais Médicos
Procurado, o Ministério da Saúde enfatizou que apenas profissionais da pasta estão autorizados a lidar com solicitações relacionadas ao programa Mais Médicos e alertou para a importância de denunciar possíveis fraudes à ouvidoria do SUS. O Mais Médicos é um dos programas governamentais mais emblemáticos da gestão de Dilma Rousseff (PT), lançado em 2013 durante seu primeiro mandato. Em 2019, sob o governo de Jair Bolsonaro (PL), o programa foi descontinuado e substituído pelo Médicos pelo Brasil. No ano passado, o Mais Médicos foi retomado por Lula (PT) e atualmente conta com 25,3 mil profissionais atuando em 4.571 municípios, incluindo os 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) do país.
O programa abrange médicos brasileiros formados no exterior e profissionais estrangeiros. Aqueles sem registro profissional brasileiro são designados como ‘intercambistas’ e só podem exercer a medicina no âmbito do programa. O Ministério da Saúde informou ter recebido 219 solicitações de transferência de médicos do programa este ano, porém apenas 17% desses pedidos foram atendidos, totalizando cerca de 37 transferências. A gestão do Mais Médicos dentro do Ministério da Saúde é de responsabilidade do Departamento de Apoio à Gestão da Atenção Primária à Saúde (DGAPS) da Secretaria de Atenção Primária (Saps).
Há relatos frequentes de médicos participantes do programa que enfrentam questões burocráticas no Departamento. Nilza Santos, médica natural de Rio Branco (AC) e formada pela Universidade Amazônica de Pando, na Bolívia, ingressou no Mais Médicos em 2023 e foi designada para Manaus (AM). Após seis meses na nova cidade, a saúde de seu filho Théo, de cinco anos com autismo severo, deteriorou significativamente. Nilza busca retornar ao Acre, seja para Rio Branco, Brasiléia ou Epitaciolândia, devido às necessidades de saúde de seus familiares.
Enquanto aguarda a transferência, Nilza se deparou com anúncios de golpistas em grupos de médicos do programa. Ela relata que esses fraudadores se infiltraram nos grupos de WhatsApp e ofereceram seus serviços, cobrando altas quantias, chegando a exigir até R$ 8 mil por transferência. Nilza expressa frustração com a demora do Ministério da Saúde em processar sua solicitação, que já se estende por dois meses, prejudicando a saúde e o bem-estar de seu filho.
Diante da falta de respostas e agravamento da situação de Théo, Nilza considera recorrer à Justiça para resolver o impasse. A presença de golpistas, fraudadores e enganadores no ambiente do Mais Médicos representa uma ameaça à integridade do programa e à segurança dos profissionais e pacientes envolvidos. É fundamental que medidas sejam tomadas para coibir essas práticas e garantir a eficiência e transparência no funcionamento do programa.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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