A PGR acusou os irmãos Brazão de serem mandantes da morte de Marielle, premiação à Polícia por controle de bairros no país.
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O ex-policial militar Ronnie Lessa indicou em sua delação premiada com a Polícia Federal que a grilagem de terras na zona oeste do Rio de Janeiro ocorre por meio de fraudes dentro do cartório mais rentável do país. A prática é um dos motivos alegados para a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL).
A grilagem de terras é uma das práticas criminosas mais recorrentes no Brasil, envolvendo registro de propriedade e manipulação de documentos. Essa atividade ilegal prejudica a população local e gera impactos ambientais significativos. É fundamental combater a grilagem e punir os responsáveis por essas ações desonestas.
Práticas Criminosas e Fraude de Terras no Rio de Janeiro
Um recente escândalo envolvendo grilagem de terras no Rio de Janeiro veio à tona quando um delator apontou três indivíduos como responsáveis por manipular documentos no 9º RGI, órgão encarregado do registro de propriedade em 21 bairros da cidade. Segundo dados do CNJ, o faturamento do RGI atingiu a impressionante marca de R$ 75,9 milhões no segundo semestre do ano passado, o maior do país.
A Associação de Registradores de Imóveis do Rio de Janeiro (Airj) e o 9º RGI emitiram uma nota conjunta negando qualquer envolvimento do cartório e de seus funcionários com as práticas criminosas mencionadas durante a delação. Eles se colocaram à disposição das autoridades para investigar quaisquer irregularidades.
Enquanto isso, a PGR acusou os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão de estarem por trás da morte de Marielle Franco, supostamente para proteger interesses ligados à grilagem de terras e intimidar membros do PSOL. Os irmãos negam as acusações, alegando não terem participação no caso.
De acordo com a Polícia Federal, o conflito entre os Brazão e o PSOL remonta a 2008, quando o nome de um deles foi citado em um relatório da CPI das Milícias. Em depoimento, um ex-PM descreveu a atuação de três pessoas, incluindo um indivíduo conhecido como Geleia, dentro do 9º RGI para regularizar documentos de terrenos invadidos por milicianos.
O ex-PM detalhou o ‘modus operandi’ utilizado na grilagem de terras na zona oeste da cidade, enfatizando a importância do controle do 9º RGI nesse processo. Ele mencionou planos de invasão de áreas e a recompensa pela morte de Marielle como forma de obter autorização para gerir loteamentos irregulares.
Essas revelações lançam luz sobre a complexa teia de interesses e práticas ilegais que permeiam o registro de propriedades no Rio de Janeiro, evidenciando a necessidade de investigações rigorosas para coibir a fraude e a grilagem de terras na região.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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