Defesa afirma: Ele sofreu bateria em Casa de Custódia de Piraquara, uma dia antes de morrer em UPA daquela região. Administração da Casa de Custódia: histórico de prontuário (Sigep) mostra. Judicial intervenção: Notícia de falecimento revelou. Direitos Humanos Comissão, Ministério Público, Poder Judiciário, Secretaria de Estado de Segurança Pública (SESP-PR): flagrante de espancamento antes de atendimento preventiva.
Raul Pelegrin, com 41 anos, foi detido depois de cortar a corda de um funcionário que realizava a limpeza da fachada de um edifício em Curitiba (PR). Sua equipe de defesa argumentou que ele sofreu agressões na prisão um dia antes de sua morte em um hospital de Piraquara, área metropolitana da capital paranaense.
O acontecimento envolvendo Raul Pelegrin despertou debates sobre a violência no sistema carcerário, questionando como cada indivíduo é tratado durante sua detenção. A saúde mental e física do homem preso são aspectos importantes a serem considerados, além de garantir seus direitos básicos no ambiente prisional.
Uma Sequência de Eventos na Vida de Pelegrin
O histórico de prontuário de Pelegrin, disponibilizado pelo Sistema de Gestão de Execução Penal (Sigep) do Paraná, revela um desdobramento sinuoso de acontecimentos. Em 3 de abril, a administração da Casa de Custódia de Piraquara recebeu informações alarmantes sobre Pelegrin sendo agredido em sua cela. Após ser transferido para a enfermaria da prisão e, posteriormente, para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Piraquara, o destino de Pelegrin parecia incerto.
Logo após receber cuidados médicos, Pelegrin retornou à Casa de Custódia e foi realocado para outra cela. No dia seguinte, ele foi transferido para o Hospital Angelina Caron, na região metropolitana de Curitiba. Na manhã seguinte, contudo, a Casa de Custódia foi informada de seu falecimento, atribuído a complicações de saúde, incluindo pneumonia e infecção generalizada.
A notícia da morte de Pelegrin gerou controvérsias, com a defesa alegando que ele foi vítima de agressão severa enquanto estava na prisão. O advogado da família, Adriano Bretas, denunciou que Pelegrin foi ‘brutalmente espancado’ antes de seu falecimento, acendendo a necessidade de investigação rigorosa sobre o caso.
A defesa de Pelegrin ressaltou as dificuldades enfrentadas para acessar seu histórico médico, que foi inicialmente negado pela Casa de Custódia e apenas liberado após intervenção judicial. ‘Tudo isso estava sob sigilo, o que levanta sérias questões sobre a transparência do sistema penitenciário’, declarou Bretas.
Nesse ínterim, foi solicitada a abertura de inquérito policial para esclarecer as circunstâncias que envolveram a morte de Pelegrin. Além disso, a defesa planeja levar o caso à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Paraná, Ministério Público, Poder Judiciário e à Secretaria de Estado de Segurança Pública (SESP-PR) para garantir a devida apuração dos fatos.
Detalhes do Caso e os Desafios da Justiça
Pelegrin entrou no radar das autoridades em 14 de março, ao ser preso em flagrante sob suspeita de tentar matar um trabalhador que realizava serviços em um prédio em Curitiba. Sua jornada levou-o à Casa de Custódia em 27 de março, após sua prisão ser convertida em preventiva. A vítima do ataque, Mayck Ribeiro da Silva, enfrentou um momento de grande perigo quando caiu de uma altura significativa devido à ação de Pelegrin.
O Ministério Público apresentou acusações contra Pelegrin por tentativa de homicídio, considerando o uso de métodos traiçoeiros e recursos que dificultaram a defesa da vítima. O motivo por trás do ataque ainda permanece um mistério não resolvido. Pouco mais de três semanas após sua prisão, Pelegrin veio a óbito em um hospital em Campina Grande do Sul, sob custódia policial.
A defesa de Pelegrin destacou suas lutas contra a dependência química, um problema crônico que o acompanhou ao longo dos anos e que motivou internações anteriores. Mesmo diante desse contexto, as tentativas de garantir tratamento especializado a Pelegrin foram infrutíferas, com solicitações de liberdade provisória e habeas corpus sendo negadas pelas instâncias judiciais competentes.
A complexidade do caso de Pelegrin ressalta os desafios enfrentados pelo sistema judiciário em lidar com questões delicadas, que envolvem tanto a segurança pública quanto a proteção dos direitos individuais dos envolvidos. A busca por respostas em meio a circunstâncias tão trágicas levanta questionamentos importantes sobre a garantia de justiça e transparência nas instâncias que regem a sociedade.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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