Estudos comprovaram eficácia de ferramenta avançada em análise de retina, mesmo em meio à guerra da Ucrânia, acelerando tratamento e exame de fundo com tecnologia de saúde.
A inteligência artificial tem sido uma ferramenta valiosa na área da saúde, especialmente em processos que envolvem análises de exames de imagem. No campo da oftalmologia, a inteligência artificial pode acelerar triagens que são essenciais para detecção de doenças como a retinopatia diabética, condição que afeta a qualidade da visão e pode levar à cegueira. Isso é especialmente importante, pois a detecção precoce pode fazer toda a diferença no tratamento e prevenção de complicações.
A tecnologia de inteligência artificial tem sido incorporada em softwares especializados que podem analisar imagens de retina com precisão e rapidez, permitindo que os profissionais de saúde identifiquem possíveis problemas de forma mais eficiente. Além disso, a inteligência artificial pode ajudar a reduzir a carga de trabalho dos médicos, permitindo que eles se concentrem em casos mais complexos e críticos. Com a ajuda da tecnologia, é possível melhorar a qualidade da assistência médica e salvar vidas.
Inteligência Artificial: A Nova Aliada na Luta Contra a Retinopatia Diabética
A tecnologia de Inteligência Artificial (IA) está revolucionando a forma como os médicos diagnosticam e tratam a retinopatia diabética, uma condição que pode levar à cegueira se não for tratada corretamente. No congresso Euretina, da Sociedade Europeia de Especialistas em Retina, realizado em Barcelona, na Espanha, o professor de oftalmologia Adnan Tufail, da University College London (UCL), apresentou os impactos positivos da adoção da IA para determinar os níveis de gravidade da doença a partir de exames de fundo de olho.
A equipe de Tufail avaliou dados de triagem com 1,2 milhão de imagens do período de 1º de janeiro de 2021 a 31 de dezembro de 2022 e constatou a efetividade do uso da tecnologia. A IA demonstrou ser uma ferramenta valiosa para o diagnóstico, especialmente em sistemas de saúde públicos, como o NHS, do Reino Unido. ‘O que acontece é que essas tecnologias são aplicadas em pequena escala, provavelmente para pacientes que veriam seu médico de qualquer forma’, disse Tufail. ‘O Brasil, assim como o Reino Unido, tem uma taxa enorme de diabetes e os pacientes muitas vezes não comparecem ou não podem pagar pelo atendimento. São esses que acabam desenvolvendo complicações graves’.
Triagem e Tratamento: A Importância da Inteligência Artificial
Pacientes que vivem com diabetes precisam manter a condição controlada e seguir o tratamento corretamente. Quando estão descompensados, o excesso de açúcar no sangue causa lesões nos vasos sanguíneos, causando um vazamento de sangue e líquido na retina, a membrana que envia as imagens para o cérebro. É a retinopatia diabética. Nela, os pacientes podem apresentar visão embaçada, dificuldade para ver na região central e até cegueira.
A IA pode ser usada para realizar triagens em pacientes com diabetes, mesmo em condições adversas. Um estudo usou uma IA em pacientes em meio à guerra na Ucrânia. Na pesquisa, o software avaliou 1.612 pessoas com diabetes no período de agosto de 2023 a fevereiro de 2024, quando o país já estava sob ataque da Rússia. Eles foram submetidos a exame de fundo de olho e a IA Retina-AI CheckEye demonstrou 93% de sensibilidade (positivo em pessoas com a condição) e 88% de especificidade (negativo em quem não apresenta a doença) para a detecção da retinopatia diabética.
Otimizando o Tempo e a Precisão com a Inteligência Artificial
Outros estudos apresentados no Euretina mostraram que a IA além de manter a precisão da avaliação dos oftalmologistas, pode ser classificada como uma ferramenta para otimizar o tempo e a eficiência no diagnóstico e tratamento da retinopatia diabética. A tecnologia de IA pode ser usada para realizar análises de exames de fundo de olho e detectar a doença em estágios iniciais, permitindo um tratamento mais eficaz e reduzindo o risco de complicações graves. Além disso, a IA pode ser usada para monitorar a evolução da doença e ajustar o tratamento de acordo com as necessidades do paciente.
Fonte: @ Veja Abril
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