Saldo do Dia: Ata do FOMC indica manutenção das taxas, mercado reage com fuga de ativos de risco, desinvestimento em ações e valorização do dólar.
Mais um obstáculo nesta embarcação chamada bolsa de ações do Brasil. Os juros estão subindo, e isso pode impactar diretamente os investidores.
O aumento dos juros pode resultar em taxas mais altas para os empréstimos, o que gera preocupações no mercado financeiro. A volatilidade das taxas de juros pode afetar significativamente a economia do país.
Juros em destaque na ata do Comitê Federal de Mercado Aberto
A ata da última reunião do comitê de política monetária dos Estados Unidos ressaltou a persistência da inflação, indicando que os juros podem não sofrer cortes imediatos. Os pontos de consideração do FOMC ao manter os juros entre 5,25% e 5,5% ao ano revelam uma postura de manutenção das taxas elevadas por um período prolongado, podendo até mesmo haver aumento.
Com essa perspectiva, os juros e o dólar tiveram alta, enquanto as bolsas enfrentaram quedas significativas. O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, registrou perdas de 1,38% em um único dia, saindo dos 127 mil pontos e encerrando em 125.650 pontos. No acumulado de 2024, a queda atingiu 6,36%.
Após um período de três pregões em baixa, o índice reverteu a tendência e passou a apresentar declínio ao longo de maio, com recuo de 0,22%. O mercado de ações brasileiro seguiu a tendência de queda das bolsas de Nova York, impactadas pelo cenário de taxas mais altas.
Apesar de um indicador de inflação, o CPI, ter superado as expectativas, os membros do comitê do Federal Reserve mantêm a visão de que os preços estão distantes da meta de 2% ao ano. A expectativa de redução das taxas tem sido adiada, com a possibilidade de um cenário prolongado de juros elevados.
Uma parte dos dirigentes demonstrou disposição para apoiar um aumento dos juros, caso os dados justifiquem essa ação. A economista-chefe da B.Side Investimentos, Helena Veronese, destaca a importância desse posicionamento, indicando que a chance de um corte de 0,25 ponto até o final do ano permanece em destaque.
A ata reforça a postura cautelosa do Fed em relação à redução das taxas, alinhando-se às declarações recentes dos dirigentes. A expectativa de um único corte de 0,25 ponto em 2024 ganha força, enquanto antes se previa um corte total de meio ponto, possivelmente a partir de setembro.
O aumento da volatilidade levou a uma corrida para a venda de ativos de risco, impactando fortemente o mercado de ações. O volume de negociações na bolsa brasileira ultrapassou a média, atingindo R$ 20,9 bilhões em um único dia, acima dos R$ 17,5 bilhões registrados nos últimos 12 meses.
Os juros dispararam em meio às expectativas de taxas mais altas, refletindo a tendência observada nos prêmios em relação às taxas do Tesouro dos Estados Unidos. O mercado financeiro segue atento às movimentações do Fed e às perspectivas de políticas monetárias futuras.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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