Sinalização de periculosidade: Índice acionário tem fortes perdas com juros mais altos no Brasil e EUA. Gerentes de compras aprofundam aversão ao risco.
Enquanto não houver qualquer sinalização de que haverá logo mais um corte de juros nos Estados Unidos Dados, ativos de risco, tanto no exterior como localmente, devem continuar patinando. O que agrava as coisas para os investidores em ações no Brasil são os adicionais de periculosidade, por assim dizer.
Os dados e estatísticas disponíveis indicam que a volatilidade do mercado financeiro está diretamente ligada às incertezas globais. Os investidores buscam constantemente por informações precisas para tomarem decisões assertivas em meio a um cenário econômico instável.
Dados e informações sobre o mercado financeiro
A semana está se encaminhando para uma forte perda, acumulando uma queda de 2,67% no Ibovespa. O índice iniciou com 127 mil pontos e agora, nesta quinta-feira, está em 124.729 pontos, representando um recuo de 0,73% no pregão e 7,05% no ano. O mês de maio, que até dois dias atrás acumulava altas, agora mudou o sinal e já registra uma queda de 0,95%.
Os diretores do Banco Central dos Estados Unidos (Federal Reserve) vinham sinalizando que os juros estavam longe de serem cortados. A situação se complicou ainda mais com a divulgação da ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, em inglês), indicando claramente que os juros podem, sim, aumentar se necessário. Isso coloca em xeque o crescimento da economia, com possíveis efeitos colaterais como falências, inadimplência, desinvestimento e queda no consumo.
Na quinta-feira, 23, o clima pareceu um pouco mais ameno. Será que a ata estava desatualizada? O que os próximos dados trariam? Os diretores do Federal Reserve (Fed) afirmaram que os dados serão determinantes para as decisões futuras.
Os dados preliminares da S&P Global superaram as expectativas do mercado, levando a uma revisão das projeções para a taxa de juros do Fed. O índice de gerente de compras (PMI, em inglês) ultrapassou as previsões, subindo de 51,3 para 54,4 pontos, alcançando o maior nível em 25 meses. Valores acima de 50 pontos indicam expansão da atividade econômica.
No entanto, em um cenário de inflação persistente, uma economia aquecida pode impactar negativamente o mercado de trabalho, o potencial de consumo e aumentar os preços. Isso pode resultar na necessidade de manter os juros altos por mais tempo, ou até mesmo aumentá-los ainda mais.
Apesar das notícias desfavoráveis, os juros tiveram um leve recuo no mercado de capitais. As taxas de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 diminuíram de 10,40% para 10,38%, enquanto as taxas para janeiro de 2034 caíram de 11,86% para 11,79%. Essas taxas mais longas costumam refletir o ‘risco fiscal’, ou seja, a capacidade do governo de manter as contas públicas em ordem.
Esse movimento também impactou os títulos do Tesouro Direto, reduzindo os retornos. O dólar acompanhou essa tendência, com uma leve queda de 0,06% no dólar comercial, fechando a R$ 5,15. A moeda já acumula um ganho de 6,20% em relação ao real somente em 2024. A aversão ao risco afetou diversos mercados, incluindo moedas emergentes como o real.
Fonte: @ Valor Invest Globo
Comentários sobre este artigo