Manifestantes na Esplanada pediram demarcação de terras e apoio para agricultura diante dos efeitos socioambientais de catástrofes.
Alterações no clima têm sido cada vez mais evidentes no Brasil, com mudanças climáticas impactando diferentes regiões do país. Enquanto o Sul enfrenta chuvas intensas, o Pantanal sofre com a estiagem e as queimadas. Essas mudanças climáticas têm consequências diretas na vida de comunidades locais, como os indígenas, que se mobilizam para chamar a atenção para a urgência de ações concretas.
A manifestação dos indígenas na Esplanada dos Ministérios ressalta a importância de lidar com os impactos ambientais das alterações climáticas. É fundamental que medidas sejam tomadas para mitigar os efeitos dessas mudanças no clima e proteger as populações vulneráveis. A conscientização sobre os desafios enfrentados devido às mudanças climáticas é essencial para promover ações efetivas e sustentáveis no Brasil e no mundo.
Mudanças Climáticas e Impactos Ambientais nas Manifestações na Esplanada
Um grupo de indígenas se reuniu na Praça dos Três Poderes em busca de mais políticas públicas, demarcação de terras e apoio governamental para lidar com as alterações climáticas e mudanças no clima que têm afetado a disponibilidade de recursos e a prática da agricultura. O coordenador-geral do movimento Levante pela Terra, Kretã Kaingang, que reside no Paraná, liderou a marcha em Brasília, onde mais de 400 indígenas se uniram para reivindicar ações governamentais após os desastres socioambientais no Rio Grande do Sul.
Kretã Kaingang alertou para a gravidade da situação, descrevendo o ocorrido no Sul como uma verdadeira catástrofe que poderia se repetir em todo o país se não houver mudanças significativas nas políticas públicas. Ele destacou a falta de iniciativas afirmativas e atribuiu essa lacuna ao racismo institucional contra os povos indígenas em diversas regiões do Brasil, clamando por mais recursos e suporte.
Participando do Levante pela Terra na Esplanada dos Ministérios, Luis Salvador, liderança Xokleng do Rio Grande do Sul, compartilhou as dificuldades enfrentadas por 48 famílias de sua comunidade devido às mudanças no clima e aos impactos ambientais das intensas chuvas. Ele expressou preocupação com a ameaça à agricultura familiar, baseada em alimentos saudáveis, que está sendo prejudicada pelas condições climáticas desfavoráveis.
Salvador ressaltou a importância da demarcação de terras para a proteção dos territórios tradicionais contra a invasão de grandes proprietários de terra, que buscam compensar suas perdas de produção. Durante o protesto, os indígenas também denunciaram a disparidade de recursos, com mais investimentos direcionados ao agronegócio em detrimento das populações tradicionais.
Além dos desafios enfrentados no Sul, representantes indígenas de Mato Grosso do Sul alertaram para os impactos das queimadas no Pantanal, que têm afetado diretamente as comunidades locais. Valdelice Verón, liderança Guarani Kaiowá, destacou a destruição causada pelo fogo, afetando a água e as terras indígenas. Joana Sarako, uma avó de 64 anos, expressou sua preocupação com as futuras gerações diante da poluição das águas em sua comunidade em Laguna Carapã.
Apesar das reivindicações e dos apelos dos indígenas, os ministérios dos Povos Indígenas e da Agricultura e Pecuária não se pronunciaram sobre o movimento na Esplanada até o momento. A urgência das mudanças climáticas e seus efeitos práticos nas comunidades indígenas exigem ações imediatas e efetivas por parte das autoridades competentes para mitigar os impactos socioambientais e evitar futuras catástrofes.
Fonte: @ Agencia Brasil
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