Magistrada de Ribeirão Preto/SP expressou desalento pela falta de servidores, levando ao adiamento de audiências e condições adversas de trabalho.
A magistrada do Trabalho Roberta Jacopetti Bonemer, da 3ª vara de Ribeirão Preto/SP, expressou seu desalento em relação à crise de falta de servidores no Fórum trabalhista local.
O desânimo e a tristeza tomaram conta da juíza ao se deparar com a situação precária do sistema judiciário, refletindo um cenário de desalento que afeta não apenas os profissionais, mas também os cidadãos em busca de justiça.
Desalento no Fórum Trabalhista de Ribeirão Preto
Em decisão recente, a magistrada revelou o adiamento de todas as audiências programadas para o dia 6 de agosto, devido ao estado de desalento provocado pela escassez de pessoal e pelas condições adversas de trabalho enfrentadas pelos secretários de audiência. A magistrada fez questão de informar à comunidade local, especialmente aos envolvidos na Justiça do Trabalho, que a unificação das secretarias não conseguiu solucionar o déficit crônico de servidores. Pelo contrário, a falta de funcionários persiste como o maior obstáculo, comprometendo severamente a prestação jurisdicional.
A situação se agrava especialmente para os secretários de audiência, que são submetidos a jornadas de trabalho desumanas, chegando a 10 ou 12 horas diárias, quando o limite legal deveria ser de 7 horas. A sobrecarga já resultou no afastamento de dois secretários por problemas de saúde graves, incluindo um caso de Síndrome de Burnout.
A magistrada ressaltou que os demais secretários estão à beira da exaustão, não apenas devido às longas jornadas, mas também à absurda quantidade de tarefas decorrente da unificação das secretarias. A retirada de outros servidores para cobrir as audiências acarretaria em mais complicações, como a designação de pessoal não qualificado e atrasos ainda maiores nas audiências.
Essa realidade tem gerado desânimo, tristeza e um verdadeiro desalento entre juízes e servidores do Fórum Trabalhista de Ribeirão Preto, uma situação insustentável. Diante desse panorama, a juíza optou por adiar todas as audiências trabalhistas marcadas para o dia 6 de agosto e alertou que, se a situação persistir, apenas duas alternativas serão viáveis: o fim das pautas duplas de audiências, o que resultaria em um grande espaçamento entre as datas, ou o adiamento das audiências remanescentes assim que o secretário cumprir sua jornada regular, visando preservar a saúde dos servidores.
Ao final do despacho, a magistrada fez um apelo à compreensão de todos, em especial dos advogados, incentivando-os a interceder junto à administração do TRT-15 para resolver o problema com celeridade. A situação requer atenção imediata para garantir a eficiência e o bem-estar de todos os envolvidos.
Fonte: © Migalhas
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