O banco elevou recomendação de compra para Klabin e destaca cenário mais otimista, com benefícios de preços positivos e desvalorização do real. Em Suzano, M&As trazem incerteza.
Desde o começo de maio, a Suzano esteve envolvida em dois importantes negócios. O mais recente deles foi a compra, na semana passada, da empresa austríaca Lenzing, por R$ 1,3 bilhão, consolidando sua posição no mercado de papel. Esse movimento estratégico visa fortalecer a presença da Suzano no segmento de celulose e papel.
O segundo acordo, ainda em andamento, envolve a possível aquisição da International Paper, o que resultaria na formação de uma grande empresa de material. Com essa transação, a Suzano busca expandir sua atuação global e diversificar sua linha de produtos, incluindo novos tipos de folha e documento. A empresa está focada em ampliar sua participação no mercado de papel e consolidar sua posição como líder no setor de celulose e material.
Explorando o Potencial do Papel da Klabin
Apesar de toda essa movimentação do grupo, é no papel da também brasileira Klabin que o Bank of America (BofA) enxerga, neste momento, um maior potencial para capturar os benefícios de um cenário que destaca diversos ‘ventos favoráveis’ para o setor. Essa visão mais otimista para o segmento parte de fatores como as surpresas positivas nos preços da celulose, a recuperação do papel tipo kraftliner e a desvalorização do real. Nesse contexto, o banco elevou a recomendação da Klabin, de neutra para compra, e o preço-alvo da ação, de R$ 24 para R$ 28 – quase 40% de upside sobre o preço de tela.
Atualizamos a Klabin para compra, pois vemos a companhia como um veículo sólido que oferece alavancagem às três tendências mencionadas e também oferece potencial de redução de custos neste ano. Com a estimativa de que 39% do Ebitda da Klabin em 2024 venha dos negócios de celulose, o quarteto entende que a companhia vai tirar proveito da recente elevação dos preços da celulose de fibra curta e de fibra longa na China, que subiram, respectivamente, 13,6% e 10,1% no acumulado do ano.
Já no que diz respeito ao kraftliner, o banco destaca a recuperação de preços, com um crescimento acumulado de 3,5% em 2024, após a queda registrada nos últimos dois anos, que levaram esses valores ao patamar mínimo de US$ 715 por tonelada na Europa. Ao mesmo tempo, os analistas do BofA ressaltam o fato de a Klabin ter anunciado um aumento de 8% no preço do kraftliner e do top liner branco no mercado brasileiro, que deverá ser aplicado neste mês de junho. Cerca de 10% do faturamento do grupo tem origem direta nas vendas de kraftliner.
Isso marca a primeira tentativa de aumentar os preços no mercado interno em mais de um ano, uma vez que o Brasil enfrentou uma desaceleração da demanda durante a maior parte de 2023, com estoques em excesso e a nova capacidade iniciada no País. Da mesma forma, o banco observa que a agenda da Klabin também inclui a elevação dos preços dos seus produtos nos mercados internacionais, o que consolida uma segunda rodada de ajustes anunciados em 2024.
O BofA adiciona um outro componente a essa perspectiva sobre a empresa ao observar que vê a ação da Klabin sendo negociada com um EV/Ebitda de 7,2 vezes, em 2024, e de 6,5 vezes, em 2025, o que configuraria um desconto ‘atrativo’ em relação à sua média histórica de 8,1 vezes. Acreditamos que a Klabin também é um veículo atraente para se posicionar em uma desvalorização do real, já que 50% de suas receitas são baseadas em dólares e apenas 17% dos seus custos são na moeda americana, destacam os analistas, que também veem espaços para ‘surpresas positivas’ no guidance de custos da companhia para o ano.
Em um último componente, o banco aponta que a ênfase recente da gestão da Klabin em atingir um nível de alavancagem mais baixo de 2,5 vezes antes de iniciar algum novo projeto reforça a visão positiva sobre o potencial da empresa.
Fonte: @ NEO FEED
Comentários sobre este artigo