Ativistas da Frente pela Legalização do Aborto de São Paulo exigem retorno do atendimento suspenso em Hospital Vila Nova. Manifestantes por defesa de serviços, casos permitidos, afastados, perseguidos. Profissionais de saúde intimidados, registros, síndicatos contra eles, mulheres vítimas de criminalização. Casos não previstos na lei, profissionais suspensos. Perseguição, terminais.
Manifestantes realizaram nesta quinta-feira (16) um protesto na cidade de São Paulo para criminalizar a violência contra mulheres. O ato foi promovido pelo Movimento Feminista pela Legalização do Aborto de São Paulo e aconteceu nas proximidades da Avenida Paulista, em frente à sede do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp).
No entanto, alguns grupos contrários à causa tentaram intimidar os manifestantes, mas a ação não foi suficiente para perseguir o propósito da manifestação. A luta pela criminalização do aborto ilegal continua sendo uma pauta importante para garantir os direitos das mulheres no Brasil.
Manifestantes denunciam falta de cumprimento da lei e criminalização de profissionais de saúde
Os manifestantes que se reuniram em frente ao Cremesp, em São Paulo, estão indignados com a falta de cumprimento da lei que garante o atendimento em casos de aborto permitido. Eles acusam a prefeitura de São Paulo de não atender adequadamente e até mesmo dificultar o acesso a esse serviço essencial. Além disso, levantam a questão da criminalização, afastamento e perseguição de profissionais de saúde que se dedicam a atender mulheres que têm direito ao aborto legal na capital paulista.
Durante a manifestação, as mulheres presentes vestiam lenços verdes, em referência aos pañuelos verdes, símbolo da luta pela legalização do aborto na Argentina. Elas também fizeram a entrega de uma coroa de flores ao Cremesp, simbolizando as vítimas de criminalização nesse contexto.
Organizações feministas protestam contra sindicâncias e perseguições a profissionais de saúde
Diversas organizações feministas se uniram em frente ao Cremesp para denunciar as sindicâncias abertas contra profissionais da saúde que prestaram assistência a vítimas de violência sexual no Hospital Vila Nova Cachoeirinha. Tanto o Cremesp quanto a prefeitura de São Paulo têm sido acusados de perseguir esses profissionais, o que levanta preocupações sobre a democracia e o respeito aos direitos garantidos por lei.
Tabata Pastore Tesser, integrante das Católicas pelo Direito de Decidir e da Frente Estadual pela Legalização do Aborto de São Paulo, destacou a gravidade dessas ações em uma entrevista à Agência Brasil. Ela ressaltou a importância de defender os profissionais de saúde que estão sendo afastados e perseguidos injustamente.
Profissionais de saúde enfrentam intimidações e suspensões por atender casos previstos em lei
Maíra Bittencourt, obstetriz e parteira do Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde de São Paulo, expressou sua preocupação com a perseguição que os profissionais de saúde vêm sofrendo. Ela ressaltou que essa prática de intimidação por parte do Cremesp gera um ambiente de medo e insegurança entre os médicos, enfermeiros e técnicos que atuam na área.
Recentemente, duas médicas que realizavam abortos no Hospital Vila Nova Cachoeirinha tiveram seus registros profissionais suspensos, sob a alegação de terem praticado procedimentos em casos não previstos em lei. No entanto, os manifestantes interpretam essa ação como uma estratégia de intimidação para desencorajar outros profissionais de saúde de cumprir com seu dever legal.
Aborto legal: garantias legais e desafios enfrentados pelos profissionais de saúde
Embora a legislação brasileira assegure o direito ao aborto em determinadas situações, como em casos de estupro, risco de vida para a mãe e anencefalia fetal, a realidade prática tem mostrado obstáculos e retrocessos nesse sentido. O Hospital Municipal e Maternidade da Vila Nova Cachoeirinha suspendeu temporariamente a realização desses procedimentos, sem previsão de retorno, o que preocupa ativistas e defensores dos direitos reprodutivos.
A criminalização promovida pelo Cremesp e as ações da prefeitura de São Paulo têm gerado inquietação e mobilização por parte da sociedade civil, que busca garantir o acesso digno e seguro aos serviços de saúde reprodutiva. A luta contra a perseguição aos profissionais de saúde e a defesa dos direitos das mulheres continuam sendo pautas urgentes e necessárias em meio a esse cenário de intimidações e retrocessos.
Fonte: @ Agencia Brasil
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