Novas opções de financiamento beneficiam construtoras e incorporadoras com linhas específicas de crédito para funding.
Com a diversificação de opções de financiamento, como os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e os Fundos de Investimento Imobiliário (FII), as empresas do mercado imobiliário não estão mais restritas ao Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) para obter recursos. Essa análise foi feita por Sandro Gamba, líder da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), durante o evento Imosummit, encontro que reuniu profissionais e empresas do segmento imobiliário e da construção civil para discutir inovação e tecnologia no ramo. Gamba destacou que o mercado imobiliário atravessa um momento de transição, com novas opções de financiamento surgindo e com linhas de crédito específicas para cada tipo de operação.
Nesse sentido, o presidente da Abecip ressaltou a importância de acompanharmos de perto as transformações no setor imobiliário e estarmos atentos às oportunidades de investimento disponíveis. Ele afirmou que as empresas do ramo devem estar preparadas para se adaptar às mudanças e aproveitar as diversas alternativas de funding para impulsionar o crescimento do setor. Essa flexibilidade é essencial para a evolução da indústria imobiliária e para a contínua inovação nos modelos de negócios do mercado. Em tempos de mudanças aceleradas, é fundamental buscar soluções diversificadas e estratégias diferenciadas para se destacar no mercado imobiliário em constante evolução.
Transformações no mercado imobiliário impulsionam novas alternativas de financiamento
O mercado imobiliário está passando por uma fase única e revolucionária. Há uma década, as únicas opções de investimento eram o FGTS e a poupança. No entanto, nos últimos três anos, o setor imobiliário presenciou uma ampliação significativa na distribuição de crédito, saindo assim da tradicional dependência dessas fontes e abrindo novas perspectivas.
Nesse contexto, surgiram alternativas como as Letras de Crédito Imobiliário (LCI), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e Fundos de Investimento Imobiliário (FII), que se tornaram essenciais para sustentar o crescimento do mercado nos últimos anos, de acordo com especialistas do setor.
Uma mudança importante na estrutura do crédito imobiliário teve início há alguns anos, com a introdução de elementos jurídicos como a alienação fiduciária e o patrimônio de afetação entre 2004 e 2005. Essas medidas trouxeram mais segurança jurídica e abriram as portas para novos tipos de financiamento, contribuindo, assim, para o crescimento do setor, que passou de 3% para 10% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.
Apesar da relevância da securitização no mercado imobiliário, a consolidação do setor não se dá apenas por meio desse mecanismo, como ressaltou um dos especialistas durante o Construsummit. A comparação com outros países, como o Chile, onde o crédito imobiliário representa mais de 30% do PIB, evidencia que ainda há espaço para expansão no mercado brasileiro.
A diversificação das fontes de financiamento tem sido uma tendência crescente. Em 2020, pela primeira vez, o volume de recursos provenientes do mercado de capitais superou a poupança como principal fonte de funding no crédito imobiliário. Mesmo que o financiamento público ainda tenha sua importância, é notável a diminuição da dependência em relação a ele. Em 2023, a poupança representava 31% do funding, enquanto o FGTS se estabilizou em 29%.
Por outro lado, observou-se um aumento significativo na participação de recursos de outras fontes, como as LCIs, que subiram de 11% para 22%, os CRIs, que passaram de 7% para 11%, e os LIGs, que pularam de 2% para 7%. Esta diversificação reflete a busca por alternativas menos tradicionais e mais atrativas para investidores e compradores no setor imobiliário.
Recentemente, em julho deste ano, os financiamentos imobiliários com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) totalizaram R$ 17,97 bilhões, representando um crescimento de 5,9% em relação ao mês anterior e de 63,4% em comparação ao mesmo período do ano anterior. O volume financeiro proveniente da poupança alcançou R$ 100,1 bilhões, demonstrando um aumento de 14,1% em relação a 2023.
Esses dados indicam um cenário favorável para o mercado imobiliário, com uma demanda contínua por crédito e uma oferta crescente de recursos. A diversificação das fontes de financiamento tem desempenhado um papel fundamental nesse crescimento, permitindo que o setor se expanda e se fortaleça diante de novos desafios e oportunidades. O mercado imobiliário está em constante evolução, e as soluções inovadoras continuarão a impulsionar seu desenvolvimento.
Fonte: © Estadão Imóveis
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