A Associated Press reportou uma proposta para reclassificar marihuana, agora igualada a heroína e LSD, como substâncias controlled. Isso permitiria tratamento semelhante a anabolizantes e cetamina. Essa mudança implicaria novos requisitos para pesquisadores e studiosos, enquanto criminalidades na Justiça Federal persistiriam. Governadores e justiças estaduais seriam afetados por condenações desnecessárias. O mercado de maconha, estimado em US$ 30 bilhões ao ano, enfrentaria restrições federais. (148 caracteres)
A agência de combate às drogas dos Estados Unidos está planejando uma mudança de classificação da maconha, com o objetivo de reduzir as restrições, conforme noticiado recentemente. Atualmente, a maconha é enquadrada na mesma categoria que substâncias como heroína e LSD.
Essa reclassificação da maconha pela DEA pode ter um impacto significativo na percepção das propriedades e usos da planta, abre possibilidades para novas pesquisas e aplicações medicinais. É uma mudança importante que reflete a evolução dos debates em torno do tema, trazendo mais clareza e oportunidades para o futuro.
DEA planeja reclassificação da maconha nos EUA
Uma mudança significativa está a caminho nos Estados Unidos: a reclassificação da maconha. Essa alteração pretendida pela Drug Enforcement Agency (DEA) equipararia a erva a substâncias como anabolizantes e cetamina. A proposta do DEA reconhece o potencial medicinal da maconha, indicando um possível caminho para o uso terapêutico. No entanto, é importante ressaltar que a mudança de categoria não implica na legalização do uso recreativo da maconha. Ela permanecerá como uma substância controlada, sujeita a regulamentações rígidas.
A reclassificação da maconha teria impactos amplos. Por exemplo, as pessoas envolvidas no tráfico dessa substância ainda serão passíveis de processos criminais na esfera federal. Além disso, caso essa mudança ocorra, aproximadamente 15 mil estabelecimentos que comercializam maconha precisarão se registrar no DEA, assemelhando-se a farmácias, e cumprir com os requisitos estabelecidos para a venda do produto.
Uma das consequências mais aguardadas da mudança de classificação é a possibilidade de realizar mais estudos científicos sobre a maconha. Atualmente, a erva está classificada como uma droga de categoria pesada, o que impede os pesquisadores de conduzirem estudos de forma mais ampla e aprofundada. A flexibilização desse status poderia trazer avanços significativos no conhecimento sobre os potenciais medicinais e terapêuticos da cannabis.
Mudança de paradigma impulsionada pelo presidente Biden
A iniciativa do DEA para alterar a classificação da maconha vem ao encontro de uma proposta anterior do presidente Joe Biden. Em outubro de 2022, Biden expressou seu desejo de reformar as regras relacionadas à cannabis, incluindo planos para perdoar milhares de pessoas que foram condenadas por posse de maconha na Justiça Federal. O presidente também incentivou os governadores a adotarem medidas semelhantes nos sistemas estaduais de justiça, visando eliminar barreiras desnecessárias que registros criminais por uso e posse de maconha impõem ao acesso a emprego, moradia e educação.
A proposta de Biden e a possível reclassificação da maconha pela DEA refletem uma mudança de paradigma na abordagem em relação à cannabis nos Estados Unidos. A flexibilização das leis e regulamentações em torno da maconha não apenas poderia beneficiar economicamente o mercado de cannabis, estimado em US$ 30 bilhões ao ano, mas também impulsionar a pesquisa e o desenvolvimento de tratamentos baseados na cannabis.
Legislações divergentes e desafios enfrentados pela indústria da maconha
Embora muitos estados americanos tenham avançado na legalização da maconha, tanto para uso medicinal quanto recreativo, existe uma disparidade entre as leis locais e federais. Essas diferenças têm implicações práticas, como dificuldades enfrentadas pelas empresas do setor de cannabis para acessar serviços financeiros devido às restrições federais.
O cenário atual, com mudanças nas leis estaduais e a possibilidade de reclassificação federal da maconha, revela um momento de transformação e incertezas para a indústria da cannabis nos EUA. A convergência de esforços de diversos atores, incluindo o governo, agências reguladoras e a sociedade civil, será fundamental para definir o futuro da maconha no país e explorar seu potencial de forma responsável e segura.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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