Programa TTT fornece residência e acompanhamento terapêutico a 25 pessoas, com operação policial contra esquema de lavagem de dinheiro e mandados de busca.
O projeto Social Teto Trampo Tratamento (TTT), que promove moradia e suporte terapêutico a 25 indivíduos na Cracolândia, área central de São Paulo, foi removido do hotel que utilizava há 12 meses. Locado para fornecer residência às pessoas em situação de vulnerabilidade social, o local foi um dos alvos da ação policial realizada na semana passada.
No entanto, a equipe responsável pelo projeto de inclusão social não desistirá facilmente. Com determinação e solidariedade, eles buscam novas alternativas para garantir que a missão do TTT de oferecer moradia e tratamento continue a beneficiar aqueles que mais precisam. A luta pela inclusão social é contínua e essencial para construir uma sociedade mais justa e acolhedora.
Projeto Social de Inclusão: Operação Policial em Hotéis de São Paulo
Segundo informações da Polícia Civil de São Paulo, foi descoberto um esquema de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas envolvendo pelo menos 28 hotéis e hospedarias na região central da cidade. A operação resultou na autorização de 140 mandados de busca e apreensão pela Justiça, com a interrupção das atividades econômicas dos estabelecimentos investigados.
De acordo com as investigações, esses locais não apenas estavam envolvidos em atividades ilícitas, mas também serviam como esconderijo para drogas, auxiliando o tráfico na região. Os hotéis, conhecidos por oferecerem hospedagem a preços acessíveis, estão localizados nas proximidades das estações de metrô e trens da Luz e Julio Prestes, áreas historicamente ligadas ao fluxo de viajantes de outras regiões do estado e do país.
Antigamente, a região abrigava a principal rodoviária da capital paulista, desativada nos anos 80, o que levou ao surgimento de hotéis baratos para atender a uma população carente, incluindo pessoas em situação de rua. No entanto, esses estabelecimentos também se tornaram cenários para atividades como prostituição e consumo de drogas.
Em 2017, uma megaoperação policial foi lançada contra a Cracolândia, resultando no fechamento de hotéis com características semelhantes, o que deixou desamparadas as pessoas que ali se abrigavam. Um dos hotéis afetados era ocupado por beneficiários de um projeto social de inclusão, que haviam realizado melhorias no local.
O psiquiatra Flávio Falcone, fundador do projeto, expressou preocupação com o impacto da operação, destacando o trabalho de empoderamento das pessoas atendidas. O projeto, baseado na redução de danos e na priorização da moradia como ponto de partida para a reabilitação, oferece não apenas abrigo e alimentação, mas também atividades culturais remuneradas aos beneficiários.
Falcone, que também atua como palhaço, realiza intervenções artísticas na Cracolândia todas as quintas-feiras, buscando levar entretenimento e esperança para aqueles em situação de vulnerabilidade. Atualmente, ele está empenhado em realocar os beneficiários em outro hotel seguro, longe do risco de fechamento.
Enquanto isso, o proprietário do hotel que abriga o projeto nega qualquer ligação com atividades criminosas, refutando as acusações de envolvimento com o crime organizado. Marcelo Carames, apontado em reportagens como líder de uma facção criminosa, afirma ser apenas locatário de quatro prédios onde oferece serviços de hospedagem a preços acessíveis, buscando manter a integridade de seu negócio.
Fonte: @ Agencia Brasil
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