40,2% dos tiroteios com presença policial em 7 anos ocorreram em áreas do tráfico e 4,3% em áreas de milícias.
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A presença da polícia é mais frequente em regiões controladas por grupos de tráfico de entorpecentes do que em áreas sob influência de milícias na região metropolitana do Rio de Janeiro, conforme revela estudo realizado pelo Geni-UFF (Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos) e pelo Instituto Fogo Cruzado.
A pesquisa destaca que a polícia tem se concentrado em combater o tráfico de drogas, deixando em segundo plano a atuação em regiões dominadas por milícias policionais. As autoridades locais precisam reavaliar suas estratégias para promover uma atuação mais equilibrada e eficaz no combate à criminalidade na região metropolitana do Rio de Janeiro.
Estudo revela dados sobre a atuação da polícia em áreas de tráfico e milícias
De acordo com a pesquisa, 40,2% dos tiroteios envolvendo a polícia nos últimos sete anos ocorreram em regiões de tráfico, enquanto 4,3% tiveram como cenário áreas controladas por milícias. O estudo analisou informações do Disque-Denúncia e do Fogo Cruzado, juntamente com dados de operações policiais e registros de mortes por intervenção das autoridades. A Polícia Militar destacou que suas ações são baseadas em análises prévias das áreas de criminalidade.
Polícia Militar e a redução das mortes por intervenção
A Polícia Militar informou que suas metas incluem o combate a grupos criminosos organizados que disputam territórios na região metropolitana. Segundo a PM, as mortes por intervenção policial diminuíram significativamente em relação ao ano anterior. A secretaria de Polícia Civil afirmou que suas ações são planejadas com base em inteligência e investigação.
Confrontos armados na região metropolitana do Rio
A região metropolitana do Rio, que engloba a capital e municípios vizinhos, registra em média 17 confrontos armados por dia, totalizando 38.271 ocorrências em sete anos. Cerca de 49% desses conflitos contaram com a presença da polícia. O pesquisador Daniel Hirata ressaltou a importância do investimento em inteligência para evitar confrontos desnecessários.
Facções do tráfico e milícias: um panorama da segurança pública
Daniel Hirata destacou que as milícias representam um perigo maior devido à sua atuação em diversos mercados legais e ilegais, além de sua conexão com o Estado. O pesquisador enfatizou a necessidade de a polícia agir com base em inteligência para prevenir confrontos e mapear as atividades dos grupos armados. O estudo apontou que os confrontos entre facções e milícias raramente resultam em mudanças no controle territorial, sendo o Comando Vermelho a facção mais influente nesse cenário.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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