Aparelhos de sinal cinza têm preços vantajosos, com descontos agressivos. Porém, cuidado: entrega rápida pode ser sinal de alerta para materiais de baixa qualidade.
Um competidor que triplicou de tamanho e já corresponde a 25% das vendas de celulares no Brasil acendeu um alerta entre os outros fabricantes. O desafio é que não se trata de uma marca legítima, mas sim de contrabando. Esses aparelhos, principalmente de origem chinesa, entram no Brasil de maneira ilegal, sem a devida taxação, e são comercializados a preços bem mais atrativos.
Diante desse cenário preocupante, os fabricantes de celulares precisam encontrar estratégias para combater a entrada desses smartphones contrabandeados no mercado nacional. A concorrência desleal desses aparelhos ilegais pode impactar negativamente a indústria nacional, prejudicando não apenas as vendas, mas também a imagem das marcas estabelecidas. É fundamental que medidas sejam tomadas para coibir essa prática e garantir a integridade do mercado de celulares no Brasil.
Celulares: Aumento da Demanda por Aparelhos Irregulares
Em alguns casos, os celulares são 30% mais baratos do que aparelhos de empresas que seguem todas as regras. Eles estão disponíveis em cada vez mais lojas, como Amazon e Mercado Livre, que precisaram remover ofertas de vendedores de smartphones irregulares de seus marketplaces. Esses canais conhecidos têm sido palco de descontos agressivos e entrega rápida, fatores que impulsionam o mercado de celulares irregulares no Brasil, de acordo com especialistas.
O mercado cinza, como é conhecido esse segmento, surge como uma opção vantajosa à primeira vista, porém pode acarretar prejuízos aos consumidores. Mas afinal, o que caracteriza o mercado cinza de celulares? Trata-se de produtos que não seguem todas as regras estabelecidas pelas fabricantes, como a falta de certificação da Anatel ou alterações nas especificações técnicas sem autorização.
O crescimento do mercado de celulares irregulares no Brasil está diretamente ligado ao contrabando, que se tornou mais evidente com a expansão das lojas online. Segundo Luiz Claudio Carneiro, diretor da Associação Brasileira da Indústria Elétrica, o surgimento dos marketplaces revolucionou o contrabando, tornando mais fácil a aquisição de celulares ilegais.
No primeiro trimestre de 2024, foram vendidos 8,5 milhões de smartphones legais, enquanto 2,9 milhões de unidades irregulares foram comercializadas. A pressão da Abinee levou à remoção de anúncios de smartphones irregulares em grandes plataformas, após a compra e análise de aparelhos por parte da associação.
A estimativa é de que cerca de 90% dos smartphones irregulares vendidos pertençam a uma única marca, embora essa informação não tenha sido divulgada. O mercado de celulares irregulares continua a crescer, impulsionado por descontos atrativos e facilidades de compra, alertando para os riscos associados a esses produtos no mercado cinza.
Fonte: © G1 – Tecnologia
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