Jogos temem manobras agressivas no espaço, interferindo nas comunicações e transmissões, exibindo mensagens políticas russas.
Faltando apenas alguns dias para a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, as autoridades francesas estão preocupadas com a possibilidade de grandes ataques cibernéticos direcionados às infraestruturas digitais. Elas também temem manobras agressivas no espaço que poderiam levar à interferência nas comunicações e na transmissão de televisão.
Além disso, existe a preocupação com a segurança das redes durante o evento, pois os ciberataques podem representar uma ameaça significativa. As autoridades estão implementando medidas robustas para proteger contra possíveis invasões virtuais e garantir a integridade dos sistemas digitais. A cooperação internacional é fundamental para combater essas ameaças em um mundo cada vez mais conectado.
Ataques Cibernéticos: A Ameaça à Segurança Global
No radar das autoridades está a Rússia, conhecida por suas ações cibernéticas direcionadas no passado. Os ciberataques são o que mais preocupa as autoridades francesas. Imagine este cenário possível: 26 de julho de 2024, 19h30, cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos. O desfile naval segue ao longo do Rio Sena, com os cais, Notre-Dame e a Pont-Neuf como cenário, um panorama deslumbrante classificado como Patrimônio da Humanidade pela Unesco. O mundo inteiro estaria testemunhando esse momento mágico.
De repente, telas cinzentas ofuscam os aparelhos de televisão globalmente, sendo rapidamente substituídas por imagens não relacionadas aos Jogos Olímpicos. Uma mensagem política ou cenas violentas seriam então transmitidas pelo mondovision, o sistema de transmissão simultânea de imagens de televisão para várias partes do mundo via satélites. Um verdadeiro pesadelo para os organizadores e para a França, o país anfitrião.
Um cenário tecnicamente possível, onde a interferência nas comunicações de transmissão é uma ameaça iminente. ‘Os russos têm conhecimento em falsificação de sinais. Eles já mencionaram essa possibilidade e há uma preocupação real’, destaca um oficial sênior do exército francês encarregado de monitorar as ações de Moscou. ‘Não é simples de realizar, mas é uma hipótese viável, considerando os recursos substanciais da Rússia nessa área’, ressalta o militar.
‘Seja em termos de capacidades espaciais ou de ataques a segmentos terrestres ou espaciais, eles possuem fortes capacidades militares no que chamamos de confronto híbrido. É como um site: você insere um endereço, mas tecnicamente é possível manipular a solicitação para redirecioná-la a outro site, similar ao que ocorre na guerra eletrônica. A atribuição dessas ações é sempre desafiadora’, concorda Marion Buchet, especialista em telecomunicações espaciais.
A falsificação de sinal representa um risco significativo. Diversos incidentes de substituição de conteúdo em canais de televisão foram recentemente documentados, possivelmente associados à Rússia em meio ao contexto de tensões diplomáticas com a França. Segundo o jornal ucraniano ‘LB’, entre 20 de fevereiro e 9 de maio, foram registrados pelo menos 12 casos de interferência (ou falsificação de sinal) em satélites de telecomunicações operados por empresas francesas, luxemburguesas e suecas.
Em 21 de março, duas semanas após a adesão da Suécia à Otan, houve interferência da Rússia e da Crimeia nos satélites suecos Astra 4A e SES-4. Em 28 de março, a mídia ucraniana reportou interferência no transponder 11766H no satélite Astra 4A da SES (Luxemburgo), que retransmite 39 canais de televisão, incluindo diversos canais ucranianos. A ameaça de ataques cibernéticos é real e exige vigilância constante para proteger as comunicações globais.
Fonte: © G1 – Tecnologia
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