Pessoas nos EUA recorrem a estratégias extremas para proteger suas casas de madeira, enterrando âncoras de até 12 polegadas na fundação, enquanto o furacão Milton avança, viralizando em redes sociais.
À medida que o furacão Milton avança pelos Estados Unidos, o medo de perder a própria casa está levando as pessoas a adotar medidas extremas para minimizar os danos. A preocupação é justificada, pois o furacão tem demonstrado sua força devastadora em várias regiões.
A tempestade trouxe consigo ventos intensos que ultrapassam os 200 quilômetros por hora, causando destruição em larga escala. A Flórida foi uma das áreas mais afetadas, com 10 mortos e 3 milhões de pessoas sem luz. Embora o furacão Milton tenha perdido força, as autoridades ainda alertam para os riscos de inundações e deslizamentos de terra. A segurança é a prioridade e as pessoas estão sendo orientadas a permanecer em áreas seguras até que a situação seja considerada estável. A prevenção é a melhor defesa contra os efeitos devastadores do furacão.
Preparativos Extremos para o Furacão
Em Orlando, um homem tomou medidas drásticas para proteger sua casa do furacão, amarrando-a ao chão com enormes tiras amarelas. Em entrevista ao podcast Sarah & Flynny, a família compartilhou sua estratégia para transformar o imóvel em uma fortaleza. As janelas foram fechadas com tábuas, os carros embrulhados e a casa foi amarrada com tiras presas a âncoras enterradas em uma fundação de mais de 10 polegadas no quintal. Segundo a família, a casa já sobreviveu ao furacão anterior utilizando os mesmos métodos.
Limitações da Estratégia
No entanto, o Professor Rodrigo Henrique Geraldo, coordenador do curso de Engenharia Civil do Centro Universitário Facens, afirma que essa estratégia não fornece tanta segurança assim. ‘Essa não pode ser considerada uma solução segura. A resistência de uma corda dificilmente seria capaz de suportar as forças de um furacão de alta intensidade’, justifica. Além disso, muitos dos danos causados às edificações durante um furacão não resultam apenas da força dos ventos em si, mas do impacto de objetos arremessados contra as construções, como pedaços de árvores e detritos trazidos pela tempestade.
Desafio de Engenharia
Geraldo entende que as pressões exercidas pelos ventos variam conforme a composição do imóvel. Para ter certeza da segurança, seria necessário avaliar o ângulo de incidência do vento e sua velocidade máxima, que seriam determinantes para avaliar se a amarração do telhado poderia ou não melhorar sua fixação. Esta perspectiva é corroborada por Kurt André, professor de Engenharia Civil da Fundação Educacional Inaciana (FEI). ‘Pela imagem, dá para ver que são umas cinco ou seis tiras. É preciso compreender a tração que cada uma é capaz de suportar em relação ao vento, considerando a velocidade e a direção do vento e a geometria da casa’, contextualiza.
Riscos e Incertezas
‘Já pensando na casa em si, geralmente as casas norte-americanas têm uma estrutura muito leve, de madeira ou drywall. Portanto, se essa estrutura com as tiras e as âncoras estiverem muito bem amarradas ao telhado e mesmo assim o telhado voar, a casa vai junto’, comenta. ‘Tiras amarradas a uma fundação de 10 polegadas não parecem ser o suficiente para segurar a casa’, estima. No entanto, o professor contemporiza a possibilidade. ‘É necessário avaliar qual seria o arrasto do vento, a direção do vento e pensar na pior situação possível para dimensionar a quantidade de fitas, a espessura dessa fita e o parafuso adequado. A engenharia até é capaz de calcular a possibilidade, mas não parece que seria viável’.
Fonte: © Estadão Imóveis
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