Nacional de Rádio pensa no interrompido futuro: incêndio em Vila Socó, habitacional reforma, projeto de moradias, água-esgoto, transporte público, favelas, invasões, pólos petroquímicos. Autoconstrução: sistemas de reformas habitacionais, transporte, água, esgoto, moradias adequadas. Golpe: desafio para pólos petroquímicos, Vila Socó, favelas, invasões.
O derradeiro capítulo da temporada inaugural do podcast Perdas e Danos recorda o fogo na Vila Socó, comunidade de Cubatão (SP), para abordar o plano de reformas estruturais habitacionais que estava em pauta antes do Golpe de 1964 e as diretrizes que o regime ditatorial implementou em seu lugar. O trágico incêndio ocorreu em 1984, no desfecho do mandato de João Batista Figueiredo, o derradeiro presidente militar.
O debate sobre as reformas estruturais é crucial para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. É fundamental que sejam implementadas políticas que promovam a inclusão social e a melhoria das condições de vida da população. As reformas devem ser pensadas de forma ampla e abrangente, considerando não apenas aspectos habitacionais, mas também educacionais, econômicos e sociais.
Reformas Estruturais: Um Olhar Sobre a História
O incêndio trágico na Vila Socó, segundo o Ministério Público de São Paulo, deixou uma marca profunda na história do Brasil, com pelo menos 508 vítimas fatais, tornando-se o maior desastre já registrado no país. No entanto, devido ao arquivamento das investigações, o número oficial de mortos é consideravelmente menor, totalizando 93 pessoas.
A situação na Vila Socó é emblemática do descaso enfrentado pelas comunidades de baixa renda ao longo de duas décadas de regime ditatorial, durante as quais as políticas habitacionais priorizaram modelos de moradia atrelados ao sistema financeiro. Como destaca o urbanista e professor da USP, Nabil Bonduki, o custo da habitação muitas vezes excedia a capacidade financeira dos trabalhadores, resultando em condições precárias de moradia.
Diante desse cenário, muitos recorreram ao processo de autoconstrução, adquirindo materiais aos poucos e erguendo suas casas em loteamentos legais ou clandestinos, desprovidos de infraestrutura básica como rede de água, esgoto e transporte público. As favelas e invasões, já presentes, proliferaram nesse contexto de exclusão habitacional.
Em Cubatão, principal polo petroquímico do país, metade da população vivia em favelas, evidenciando a urgência de reformas estruturais no setor habitacional. O tema da reforma habitacional foi central nas propostas de João Goulart durante suas reformas de base, discutidas no histórico comício da Central do Brasil em 13 de março de 1964.
Jango abordou questões como o congelamento dos aluguéis e a escassez de imóveis disponíveis, problemas enraizados desde a era de Getúlio Vargas. As Reformas Estruturais de Base propostas por Goulart, como a reforma agrária, fiscal e educacional, visavam transformar a realidade de um país com desigualdades profundas e um sistema político em transição.
Essas narrativas, resgatadas na primeira temporada de Perdas e Danos, lançam luz sobre os eventos que culminaram na interrupção do processo democrático no Brasil. As propostas de políticas públicas debatidas nos anos 60, incluindo as Reformas Estruturais, revelam um momento crucial na história nacional, marcado por desafios e transformações fundamentais.
Fonte: @ Agencia Brasil
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