Marcos Sampaio Olsen negou posição ideologicamente-partidária sobre ação contra homenagem a Cândido, carta de repúdio, prática de açoite e revolta da Chibata em seminário da Comissão de Cultura no Senado. Não cumprindo requisitos de transição energética, oposição levanta instâncias contra ministério da Defesa, proposta e prática. Conotação ideológico-partidária questionada, valores atuais em jogo.
O líder da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, reiterou a sua Resistência contra a inclusão do marinheiro João Cândido, conhecido como o Almirante Negro, no registro dos Heróis da Nação e refutou a alegação de que a resistência da Armada à homenagem é discriminatória ou racista. Olsen admitiu a prática de castigos físicos aos marinheiros até o início do século XX, a qual ele condenou veementemente, mas enfatizou que isso não justifica a ocupação de quatros navios da Marinha e os ataques à cidade do Rio de Janeiro, então capital do país.
O comandante enfatizou que a oposição à inclusão do Almirante Negro nos registros oficiais se baseia em critérios históricos e não em questões de raça. Ele destacou que o ato de contra-posição dos marinheiros liderados por João Cândido foi um episódio de revolta armada e não um ato de heroísmo digno de ser celebrado como parte da história oficial da Marinha do Brasil.
Resistência da Marinha à Homenagem a Cândido em Carta de Repúdio
Na semana passada, o comandante da Marinha enviou uma carta de repúdio à Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, manifestando sua oposição à homenagem prestada a Cândido. A reação da Marinha gerou controvérsia e dividiu opiniões na sociedade.
Ação do Comandante da Marinha e Valores Atuais
O comandante da Marinha afirmou que sua posição se baseia em fatos e não tem conotação ideológico-partidária. Ele ressaltou que a proposta de inscrever João Cândido como herói da Pátria foi aprovada no Senado, evidenciando a existência de diferentes instâncias com perspectivas diversas sobre o assunto.
Ele enfatizou que a resistência à figura de Cândido não é motivada por questões racistas ou discriminatórias, mas sim pelo critério de mérito adotado pela instituição. Destacou que a Marinha já possui um herói reconhecido, Marcílio Dias, que se destacou na história do Brasil.
Prática da Revolta da Chibata e Contra-posição ao Açoite
Quando questionado sobre a legitimidade das ações de Cândido durante a Revolta da Chibata, o comandante da Marinha condenou veementemente a prática do açoite, considerando-a inaceitável. No entanto, ele ressaltou que as ações dos revoltados, como matar comandantes e oficiais, não podem ser justificadas.
Olsen reconheceu a existência de torturas no passado da Marinha, mas ressaltou que tais práticas eram comuns na época e não podem ser julgadas com os valores atuais. Ele explicou que os marinheiros recrutados naquele período geralmente não tinham as mesmas qualificações e origem dos profissionais atuais.
Especificamente em relação a Cândido, o comandante sugeriu que o marinheiro foi manipulado por outros oficiais com interesses ocultos. Ele destacou que Cândido foi apresentado como líder do movimento da Revolta da Chibata por conveniência de terceiros, evidenciando um contexto complexo por trás dos eventos históricos.
Levante na Marinha e Revolta da Chibata na História Brasileira
Ao abordar o Levante liderado por João Cândido e a Revolta da Chibata na história do Brasil, o comandante da Marinha ressaltou as consequências graves desses eventos, destacando a complexidade das circunstâncias da época. Ele enfatizou a importância de analisar o contexto histórico com sensibilidade e sem anacronismos, considerando os valores e normas vigentes naquele período.
Fonte: @ CNN Brasil
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