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Pacientes com perda auditiva incapacitante melhoraram percepção de fala em ambientes ruidosos após terapia genética bilateral em ensaios clínicos inéditos.
Cinco crianças que nasceram surdas conseguiram ter sua audição restaurada com a ajuda de uma nova terapia genética. O tratamento faz parte de um estudo inovador e foi desenvolvido especialmente para uma forma de surdez hereditária.
Essa abordagem genética revolucionária oferece esperança para muitas famílias que enfrentam desafios relacionados à audição. A intervenção genética mostrou resultados promissores e abre caminho para novas possibilidades no campo da medicina. A terapia genética está mudando vidas e trazendo avanços significativos para a comunidade médica.
Avanços na Terapia Genética para Surdez Hereditária
Os resultados mais recentes de um estudo inovador sobre terapia genética foram divulgados na Nature Medicine. Este estudo pioneiro, realizado por pesquisadores do Mass Eye and Ear e do Eye & ENT Hospital da Universidade Fudan, introduziu uma intervenção genética bilateral inédita para tratar a surdez hereditária.
A terapia genética, uma forma revolucionária de tratamento genético, foi administrada em ambos os ouvidos das crianças participantes. Essa abordagem genética mostrou benefícios adicionais em comparação com o tratamento unilateral realizado anteriormente. Os resultados são descritos como surpreendentes pelos cientistas envolvidos, incluindo Zheng-Yi Chen, co-autor sênior do estudo.
Os benefícios observados incluem melhorias na capacidade de localização da fonte sonora e no reconhecimento de fala em ambientes ruidosos. Esses avanços são cruciais para crianças com perda auditiva incapacitante causada por mutações no gene OTOF, conhecido como DFNB9.
O principal autor do estudo, Yilai Shu, enfatiza a importância de restaurar a audição em ambos os ouvidos para maximizar os benefícios da terapia genética bilateral. Ele destaca que essa abordagem promissora justifica a realização de ensaios clínicos em larga escala.
A pesquisa envolveu cinco crianças com DFNB9, que foram submetidas a terapia genética bilateral e acompanhadas por um período de 13 a 26 semanas. A intervenção foi realizada por meio de uma cirurgia especializada e minimamente invasiva, na qual cópias funcionais do gene OTOF humano foram inseridas nos ouvidos internos dos pacientes usando o vírus adeno-associado (AAV) como vetor de entrega.
Com mais de 430 milhões de pessoas em todo o mundo afetadas por perda auditiva incapacitante, a terapia genética emerge como uma esperança para aqueles que enfrentam desafios auditivos. A pesquisa destaca a importância de abordagens inovadoras, como a terapia genética bilateral, no tratamento de condições genéticas que afetam a audição.
Fonte: © CNN Brasil
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