No hospital de Maggiore, Doutora Fiandri comunica tragedia de Livio Oricchio. Determinado, envia mensagem por Embratel, discute ética de revelar detalhes do corpo pronto para socorro, número da unidade. Hospital, Maggiore, doutora, Fiandri, Livio Oricchio, Embratel, ética.
A notícia do falecimento de Senna chocou o mundo inteiro. Afinal, a perda de um ídolo tão grandioso como ele é sempre uma dura realidade a ser enfrentada. Mesmo sabendo que a morte do piloto era iminente, a confirmação oficial de seu falecimento, às 19h05, foi um golpe difícil de ser absorvido por todos.
A morte de Senna representou não apenas o fim de uma era no automobilismo, mas também a despedida de um verdadeiro herói para os brasileiros. Sua trajetória, suas vitórias e sua dedicação às pistas fizeram com que ele se tornasse uma figura tão querida e admirada em todo o país. O legado deixado por ele permanecerá vivo por muitas gerações.
Luta por um telefone público durante a tragédia de Senna
No Hospital Maggiore, palco da triste partida de um herói nacional brasileiro, a cena era caótica. Próximo à entrada do pronto socorro, os jornalistas se aglomeravam em torno dos escassos quatro telefones públicos disponíveis. A doutora Fiandri era a fonte de informações sobre o estado de Senna, mas comunicar essas novidades ao mundo exterior era um desafio árduo.
Esses aparelhos se tornaram preciosidades disputadas por profissionais da imprensa sedentos por transmitir a última atualização sobre o ídolo. Enquanto uma linha telefônica era garantida, a tarefa de comunicar-se com o exterior era complexa. Ligava-se para um número específico da Embratel, solicitava-se uma chamada a cobrar e torcia para que, do outro lado da linha, alguém aceitasse a ligação.
Porém, a demanda era alta e os sistemas saturados. A telefonista da Embratel mal conseguia atender aos inúmeros pedidos de ligação, deixando repórteres e curiosos em um limbo de informação. Em tempos sem celular, internet ou cartão de crédito internacional, a batalha por um simples telefonema tornava-se uma saga de proporções inimagináveis nos dias atuais.
Diante desse cenário, cada segundo contava. A pressão para comunicar as notícias do Hospital Maggiore era imensa, mas alguns, como nosso dedicado narrador, optavam por estratégias alternativas para suprir essa necessidade urgente de informação. Postergar o uso do telefone, planejar as matérias com calma e aproveitar a vantagem de fuso horário eram estratégias sensatas em meio ao caos.
A espera estratégica, aproveitando as cinco horas de diferença entre Bolonha e São Paulo, revelava-se uma tacada de mestre em meio ao tumulto. Enquanto a noite se aproximava na Itália, a redação do jornal permanecia em plena atividade, aguardando as atualizações que chegariam do coração do acontecimento.
E assim, em meio à batalha pela informação, a determinação dos jornalistas se sobrepôs aos obstáculos tecnológicos da época. O legado de Senna, um herói nacional brasileiro, não poderia ser silenciado, mesmo diante das limitações logísticas. Cada esforço, cada detalhe compartilhado, era uma homenagem ao ídolo que se fora, mas que viveria para sempre na memória dos fãs e na história do automobilismo.
Fonte: © GE – Globo Esportes
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