Lessa disse que o silenciador usado para matar estava entre as peças de armas no apartamento no Pechincha, Rio de Janeiro.
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Durante sua delação premiada, o ex-policial militar Ronnie Lessa revelou que o silenciador inserido na submetralhadora utilizada para assassinar a vereadora Marielle Franco (PSOL) provavelmente foi descartado no mar. Segundo ele, esse era o único componente específico empregado no ato criminoso.
Em seu depoimento, Lessa mencionou que o silenciador foi o item crucial para abafar o som do disparo que vitimou Marielle. Ele sugeriu que o supressor foi descartado estrategicamente para dificultar as investigações sobre o caso.
Descobertas sobre o Silenciador e as Peças de Armas
Lessa revelou que o silenciador possivelmente estava entre as peças de armas que ele guardava em um apartamento no Pechincha, localizado na zona oeste do Rio de Janeiro. As investigações indicam que indivíduos ligados ao ex-policial militar visitaram o local um dia após a sua prisão, em março de 2019, com o intuito de eliminar possíveis evidências de crimes.
Em suas declarações aos investigadores, Lessa mencionou que o ‘silenciador’ frequentemente estava associado às peças que ele mantinha consigo. Ele expressou sua incerteza, porém admitiu a alta probabilidade dessa conexão. Lessa, em um acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal, confessou ter sido o autor dos disparos que vitimaram a vereadora e seu motorista em março de 2018. Ele implicou o conselheiro do TCE-RJ, Domingos Brazão, e o deputado federal Chiquinho Brazão como os mandantes do crime, embora ambos neguem as acusações.
Uma das cláusulas do acordo de colaboração de Lessa aborda as investigações da Operação Submersus, que desvendou a ação de seis indivíduos para se livrar de armas armazenadas em um dos apartamentos de Lessa, descartando-as no mar. Havia suspeitas de que a arma utilizada no assassinato da vereadora poderia estar entre esses objetos.
Os envolvidos na eliminação do material incluíam Lessa, sua esposa Elaine Pereira Figueiredo Lessa, o irmão dela Bruno Pereira Figueiredo, e dois amigos do casal, José Márcio Mantovano (Márcio Gordo) e Josinaldo Lucas Freitas (Djaca), além do ex-bombeiro Maxwell Simões Correa (Suel). Lessa afirmou que Suel não participou ativamente da operação.
Lessa alegou que o grupo foi ao apartamento a seu pedido, com o objetivo de recuperar uma quantia em dinheiro de R$ 495 mil e descartar o restante. Ele mencionou que o ‘supressor’ estava guardado em sua bolsa de peças de manutenção, sugerindo a possibilidade de ter sido descartado juntamente com o material.
O ex-PM esclareceu que sua intenção não era se desfazer das peças de armas, mas admitiu que a solicitação enviada através de um advogado poderia ter sido interpretada de forma equivocada pelo grupo. Ele explicou que, ao pedir para descartar o restante, talvez tenha sido mal interpretado, levando à eliminação de itens valiosos.
Lessa revelou que já havia se desfeito das armas irregulares que possuía, antecipando sua prisão iminente. Ele mencionou ter adquirido o ‘supressor de ruídos’ do ex-PM Alexandre Lins de Medeiros, destacando a complexa rede de conexões envolvendo as peças de armas e o silenciador em questão.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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