Médico casado com humorista morreu de Covid-19 em 4 de maio de 2021. Melancolia, adaptação, altera planos, reencontro, ausência, saudade, necessidade, identidade-carregada, luz-marcada. (138 caracteres)
Thales Bretas, o viúvo do humorista Paulo Gustavo, compartilhou palavras emocionadas sobre os três anos sem o parceiro, que faleceu em 4 de maio de 2021, em virtude de complicações da Covid-19. ’04/05. Mesmo que eu busque não me aborrecer tanto com essa data, uma tristeza me envolve antes, durante e após seu aniversário de morte.
Em seu relato, Thales expressa como a ausência de Paulo Gustavo é sentida profundamente, ressaltando a importância de lidar com a perda e a tristeza de maneira genuína. Ele destaca a jornada de luto e como cada momento é uma oportunidade para honrar a memória e o legado deixados pelo amado humorista. A dor da saudade é eterna, mas o amor também transcende o tempo.
Mergulho na Melancolia: Reflexões sobre a Morte e o Luto
Embora raramente aborde publicamente o tema do luto, é inegável que essa realidade habita em mim, de forma profunda e constante, independentemente da minha vontade. Afinal, quem deseja confrontar a perda e a tristeza? No entanto, ao longo de um período de três anos, compreendi que o luto é uma presença constante e inevitável em minha jornada. Essa é a minha realidade no momento presente.
A Transformação pela Adaptação: Lições da Morte de Paulo
O médico foi claro ao afirmar que a morte de Paulo foi um evento que não pode ser simplesmente superado. Ela alterou meu ser de forma permanente, tal como um renascimento. Enquanto o nascimento simboliza a promessa de um novo mundo em constante revelação, a morte é a certeza de que um mundo conhecido chegou a um fim abrupto e definitivo. Muitos questionam como consegui ‘superar’ ou seguir em frente diante de uma perda tão devastadora. A verdade é que não se trata de superação, e o tempo por si só não cura as feridas. Ele simplesmente revela a necessidade de se reconectar em meio à ausência, à saudade e à reorganização dos planos.
Vida em Constante Alteração: A Necessidade de Reencontro
É um fato inegável que, para aqueles que permanecem, a vida continua seu curso inexorável. Sempre acreditei que há muito a ser vivido enquanto nos é concedido esse presente chamado vida. Um presente que reescreve o passado, reinventa o futuro e revela surpresas a cada instante. Existem momentos bons e outros amargos, alguns são facilmente assimilados em questão de minutos, enquanto outros deixam marcas profundas, transformando-nos irrevogavelmente. O conceito de ‘para sempre’ se desdobra nesse intervalo de tempo que temos para processar todas essas experiências enquanto nossa presença ainda irradia luz no mundo.
A Jornada da Identidade-Carregada: Marcas e Lembranças
Assim, descrevo um pouco do que sinto neste momento. Amanhã pode trazer novos sentimentos e percepções, mas as marcas dessas vivências permanecem comigo. Elas se tornam parte da minha identidade, moldando quem sou, mas nunca representando a totalidade do meu ser. São fragmentos que, agregados ao meu ser, compõem o que sou e o que serei. Como Thales Bretas expressou com tamanha sensibilidade, são cicatrizes que nos transformam e nos acompanham no percurso da vida, delineando a jornada da nossa existência.
Fonte: © Revista Quem
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