Vasco tem 74% de aproveitamento em São Januário, um fator que pode influenciar a partida da Copa do Brasil, onde o ambiente é um exército ofensivo dos vascaínos em sua Arena.
No calor da disputa, qualquer vantagem conquistada é um presente de valor inestimável. E o Galo precisou explorar ao máximo o seu Caldeirão para reverter o jogo contra o Vasco e conquistar um resultado que possa ser útil em São Januário, onde acontece a partida de volta, em 19 de outubro, às 18h30. A pressão foi intensa e o time mineiro poderia ter saído com um placar mais elástico, pois durante boa parte do jogo encurralou a equipe vascaína.
Agora, o desafio será manter a mesma intensidade em São Januário, um terreiro que pode ser considerado a casa do Vasco. O Galo precisará estar preparado para enfrentar um adversário mais motivado e com o apoio da torcida. O estádio estará lotado e o ambiente será tenso, mas o time mineiro tem a chance de surpreender e levar a vantagem para o returno. A vitória é o objetivo e o Galo precisa estar focado para conquistá-la.
O Reencontro no Caldeirão
Agora que o reencontro está marcado para o ‘Caldeirão’, como disse Philippe Coutinho após o jogo, tudo mudou. Não foi como se o Vasco tivesse se encolhido de forma deliberada, como estratégia. Pelo contrário, quando teve a chance, jogou com propósito, e a equipe de Rafael Paiva já tem mecanismos suficientes para ser ofensiva, independentemente do terreno (ou terreiro) em que se apresente. Foi justamente em um contragolpe enciclopédico que abriu o placar, com Vegetti fazendo as vezes de clássico ponta-esquerda para começar a jogada que seria concluída com a maestria de Philippe Coutinho, nervoso como se estivesse no pátio de casa.
A Virada do Galo
O mal-estar do Galo com o placar adverso não durou muito, pois uma equipe que dispõe de Hulk e Paulinho, um exército ofensivo de dois homens, não tende a se render ao desconforto. Quando a essa dupla se soma um Guilherme Arana em noite encantada, com um golaço de sonho e um cruzamento de almanaque, todas as reviravoltas são possíveis: como um turbilhão, os atleticanos viraram o jogo ainda no primeiro tempo. E não apenas Léo Pelé, mas o time inteiro do Vasco parecia petrificado. Duelos deste tamanho são, sobretudo, uma questão de sobrevivência.
A Sobrevivência de Ambos
Tanto Galo quanto Vasco sobreviveram, cada um à sua maneira e atentos às suas necessidades. O Galo usou todo o ambiente de sua nova casa, tremendo em cores e cantoria, para conseguir virar o jogo e suportar a corajosa pressão vascaína no fim do jogo, enquanto os cruz-maltinos sofreram a virada, mas saíram de Belo Horizonte tão vivos e esperançosos quanto chegaram. Talvez seja o primeiro mandamento do mata-mata: manter-se vivo até os últimos capítulos.
O Fator São Januário
A expectativa otimista dos vascaínos desde ontem recai de forma pesada sobre a questão territorial, que a partir de agora é a principal fiadora das suas ambições: daqui a duas semanas, teremos o ‘fator São Januário’, ainda mais exacerbado porque provavelmente estamos vivendo os últimos dias da casa cruz-maltina como a conhecemos. Não é apenas um aspecto subjetivo e emocional, ainda que a relação dos vascaínos com seu estádio seja coisa muito séria, pois os números estão aí para atestar: nas 17 vezes em que atuou em casa na temporada, o Vasco venceu 11, empatou cinco e perdeu apenas uma vez. Alcançou, assim, 74% de aproveitamento. Ou seja, se o Vasco jogasse apenas em São Januário, seria campeão de todos os campeonatos, exalta-se neste momento algum vascaíno já veterano vestindo a camisa de 1988 autografada por Cocada. Talvez não fosse tudo isso, alguma taça talvez tivesse escapado, mas certamente é mais do que suficiente para seguir acreditando com todas as forças na virada contra o Galo.
Fonte: © GE – Globo Esportes
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