Serviços de saúde de capital registraram 2.298 notificações de agressões físicas em bairros periféricos. Delegacias receberam BO eletrônicos de ocorrências motivadas por violência, nos distritos de baixa renda. (147 caracteres)
Uma pesquisa recente divulgada hoje pelo Instituto Pólis revela que os casos de violência contra a comunidade LGBTQIA+ atendidos nos centros de saúde aumentaram significativamente na cidade de São Paulo. Entre os anos de 2015 e 2023, houve um aumento de 970% nas notificações de violência, totalizando 2.298 casos registrados.
Infelizmente, a violência e a LGBTfobia continuam sendo uma realidade preocupante em nossa sociedade, refletindo um cenário de crime e ódio que precisa ser combatido de forma efetiva. É fundamental que medidas sejam tomadas para garantir a segurança e o respeito a todos, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero.
Violência LGBTfóbica em São Paulo: Ocorrências e Tendências
Cerca de 45% das notificações de violência na cidade de São Paulo são resultantes de agressões físicas, enquanto relatos de violências psicológicas (29%) e sexuais (10%) também são frequentes. A violência, em suas diversas formas, tem sido um desafio persistente na sociedade, com a LGBTfobia sendo uma das principais motivações por trás desses atos de ódio.
De acordo com um estudo recente, quase metade (49%) das ocorrências de violência ocorreu dentro do ambiente doméstico, revelando a complexidade e a proximidade desses atos. Surpreendentemente, seis em cada dez vítimas de violência LGBTfóbica foram agredidas por familiares ou conhecidos, destacando a necessidade urgente de conscientização e educação.
O levantamento também apontou que a maioria das agressões, motivadas por homofobia/lesbofobia/transfobia, teve como cenário bairros periféricos da cidade, como Itaim Paulista, Cidade Tiradentes e Jardim Ângela, que registraram um número alarmante de vítimas. Esses dados são alarmantes e exigem ação imediata por parte das autoridades e da sociedade em geral.
Intitulado ‘Violências LGBTQIAPN+ na Metrópole Paulistana’, o estudo destaca que as agressões aumentam consideravelmente quando analisados os boletins de ocorrências registrados pela Polícia Civil. Entre os anos de 2015 e 2022, houve um aumento significativo de 1.424%, totalizando 3.868 vítimas nesse período.
A análise revela que a maioria dos casos notificados à Polícia Civil ocorreu na região central da cidade, especialmente nos bairros da República, Bela Vista e Consolação, áreas frequentadas por pessoas LGBTQIA+. Esse padrão geográfico das ocorrências ressalta a necessidade de medidas preventivas e de segurança nessas localidades.
Rodrigo Iacovini, diretor-executivo do Instituto Pólis e coordenador da pesquisa, ressaltou a importância desses dados crescentes, indicando um maior empoderamento das vítimas na denúncia da violência. Ele destacou que a LGBTfobia é crime e que a sociedade precisa combater ativamente essas narrativas de ódio.
A violência relacionada a crimes de ódio tem sido uma preocupação crescente, com discursos políticos extremistas contribuindo para um ambiente hostil para a comunidade LGBTQIA+. O Instituto Pólis enfatiza que o aumento dos registros de LGBTfobia está diretamente ligado à implementação do B.O. eletrônico, facilitando o processo de denúncia e tornando-o mais acessível.
O acesso online ao registro de ocorrências tem sido fundamental para ampliar a notificação de casos, especialmente entre as mulheres, que representam 51% das denúncias feitas. Nas delegacias físicas, por outro lado, as mulheres respondem por apenas 32% dos casos registrados, evidenciando a importância do B.O. eletrônico na inclusão e na garantia de acesso à justiça.
Além disso, o registro online tem beneficiado especialmente as pessoas de baixa renda, com 82% das denúncias de homofobia/transfobia ocorrendo nos distritos mais carentes da capital paulista. Esse mecanismo tem sido uma ferramenta crucial para que as vozes das comunidades marginalizadas sejam ouvidas e para combater a impunidade.
O estudo também destaca que a maioria das vítimas de LGBTfobia é negra, com 55% dos casos envolvendo pessoas negras. A interseccionalidade da violência LGBTfóbica e do racismo é um aspecto crucial a ser considerado, pois expõe as múltiplas formas de discriminação enfrentadas por indivíduos LGBTQIA+ negros.
Em um cenário onde a violência e o ódio ainda persistem, é fundamental que a sociedade se una para combater ativamente a LGBTfobia e promover um ambiente de respeito e inclusão para todos. A conscientização, a educação e a implementação de políticas públicas eficazes são passos essenciais para construir uma sociedade mais justa e igualitária para todos os cidadãos.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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